Arroz: Em sete meses, exportações brasileiras já batem na expectativa de todo o ano-safra
Para Renato Rocha, presidente da Federarroz, este cenário está mostrando que o Brasil, quando quer, tem condições de exportar e resolver, desta forma, parte dos problemas com excedentes. Basta o governo manter sua atenção ao setor e, talvez, fazer alguns ajustes nos mecanismos de comercialização e a cadeia produtiva do arroz poderá superar os 1,8 milhão de toneladas exportadas até fevereiro de 2012. “A meu ver o governo deveria manter o incentivo do PEP permanente para escoar os excedentes de produção, aliviando assim a pressão nos preços internos além de possibilitar a estabilidade do mercado”., argumentou.
Renato Rocha ainda destacou que este boom das exportações nacionais começou em 2004, graças a um esforço setorial. “A própria Federarroz chegou a viabilizar o embarque de cargas de arroz em casca, como forma de reduzir os excedentes e abrir mercados para o cereal brasileiro. Se o câmbio ajudar, o Brasil pode alcançar patamares significativos no mercado internacional”, assegura. Rocha lembra ainda que em setembro de 2011 o Brasil embarcou 235,4 mil toneladas de arroz em base casca. A média mensal de volume embarcado de março a setembro alcança 158 mil toneladas.
Atualmente, a Conab projeta a exportação de 1,3 milhão de toneladas de arroz, mas os analistas já apostam em volume maior, mesmo com a tendência de redução no tamanho das cargas nos próximos três meses. Os números mais indicados ficam entre 1,6 e 1,8 milhões de toneladas. Em contrapartida, as importações devem ficar entre 600 e 700 mil toneladas.
A África segue sendo o principal destino do arroz brasileiro, com destaque também para o Caribe, a América do Sul e a União Europeia. O arroz parboilizado, de maior valor agregado, desbancou os quebrados de arroz da liderança nos volumes de exportação, com 39,5%. Os quebrados, agora, representam 22,5%, seguidos do esbramado e do beneficiado branco. O Mercosul representa 99,5% das importações brasileiras. Já, nas exportações, o Rio Grande do Sul lidera com mais de 90% das vendas internacionais. “O momento não é de euforia, mas de colher resultados de um grande esforço da cadeia produtiva, que refletirá nos preços do arroz ao produtor”, assegura Rocha.
Abaixo os principais destinos das exportações brasileiras de arroz de 2011: Nigéria (258,2 mil t), Senegal (118,7 mil t), África do Sul (92,5 mil t), Haiti (66,1 mil t), Gâmbia (65,9 mil t), Cuba (61,8 mil t), Espanha (46,3 mil t), Serra Leoa (40,4 mil t), Venezuela (33 mil t), Suíça (30,6 mil t), Benin (30 mil t), Holanda (23,6 mil t), Libéria (22,9 mil t) e Portugal (19,9 mil t).