Tomate: Após pico na Semana Santa, retração do consumidor faz preço recuar 40% no atacado

Publicado em 10/04/2013 14:14
Os preços do tomate estiveram em alta do início do ano até a Semana Santa (pico). De lá
para cá, no entanto, recuaram 40% no atacado e 43% ao produtor, conforme levantamentos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP.

Além da oferta baixa, no final de março houve também aumento da procura. Dados do Cepea mostram que, na Semana Santa, o preço médio na Cegesp (preço pago por varejistas a atacadistas) chegou a R$ 108,75/cx de 22 kg (R$ 4,95 kg) e ao produtor, R$ 85,47/caixa na média das regiões que estão em colheita - a caixa negociada pelo produtor tem tamanho padrão, mas o peso pode variar entre as regiões. Logo depois da Páscoa, os preços passaram a cair.

Na semana de 1º a 05 de abril, a média na Ceagesp foi de R$ 82,40 cx 22 kg (R$ 3,75 kg), preço 24% menor que na Semana Santa. Ao produtor, a caixa esteve a R$ 70,81, queda de 18%. Nesta segunda e terça-feiras (08 e 09/abril), o preço médio na Ceagesp foi de R$ 65,00/cx de 22 kg (R$ 2,95/kg) e ao produtor, R$ 48,75/cx, segundo dados do Cepea.

A redução dos preços nos últimos dias ocorre principalmente porque o consumidor deixou de comprar tomate, substituindo a hortaliça por outros produtos. A oferta, por sua vez, ainda segue baixa, de acordo com apurações do Cepea. No momento, as principais regiões que abastecem o Sul e Sudeste do Brasil são: Araguari-MG, Caçador-SC, Itapeva-SP, Paty de Alferes-RJ e Venda Nova dos Imigrantes-ES.

Conforme pesquisadores do Cepea, as altas que persistiram até a Semana Santa foram motivadas
principalmente pela menor oferta, que refletiu a diminuição da área cultivada nos dois últimos anos. No ano passado, a redução foi de 3%, mas a produtividade foi muito boa, resultando até mesmo em excesso de oferta que derrubou os preços, segundo levantamentos do Cepea. O produtor descapitalizado, no entanto, diminuiu novamente o tamanho das lavouras neste ano (2013), agora em 17,5% na média das regiões que colhem neste período – dados do Cepea. Neste ano, o clima não chegou a atrapalhar, manteve-se na normalidade (a produtividade esteve na média da maioria dos anos), mas não ajudou como em 2012 (produtividade muito elevada graças ao tempo seco).

Portanto, o forte aumento até o final de abril foi mesmo decorrência da diminuição de área, que resulta em menos tomate, combinada ao aumento da demanda na Semana Santa.

Com os preços em queda ao produtor e no atacado, pesquisadores do Cepea comentam que é de se esperar que o tomate fique mais barato também ao consumidor. A oferta deve aumentar a partir de junho, quando as regiões que produzem na safra de inverno passam a colher mais intensamente.

Tomate vilão da inflação: Mito ou realidade?

Esse é um mito que precisa ser descartado. O peso do tomate bem como de outras hortaliças na
composição da inflação é muito pequeno. Apesar disso, não é a primeira vez que este produto bem
como outras hortaliças são tomados como “bodes expiatórios” para justificar altas na inflação. No
final da década de 1970, chegou a ser clichê culpar o chuchu por aumento da inflação. Nos anos mais recentes, com certa frequência, algumas matérias da mídia exageram na importância que o tomate – seguido de perto pela cebola e pela batata – tem sobre a inflação. Um equívoco quando se analisam as participações dos diversos grupos de produtos que compõem os índices de inflação. Além disso, quando estão caras, hortaliças acabam sendo substituídas pelo consumidor.

Mesmo no grupo dos alimentos, há outros produtos que têm peso mais significativo e, em alguns
casos, são mais difíceis de serem substituídos, como o arroz, o feijão e proteínas de origem animal.
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Fonte:
Cepea

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