Hedgepoint: Chuvas na África Ocidental e demanda mais fraca aumentam a volatilidade no mercado de cacau
O mercado global de cacau enfrenta nova rodada de volatilidade, pressionado por fatores climáticos e sinais de enfraquecimento da demanda. O início da estação chuvosa na Costa do Marfim, principal produtor mundial da commodity, trouxe volumes de precipitação acima da média em algumas regiões produtoras, impulsionando as expectativas para a safra intermediária de 2025.
Ao mesmo tempo, grandes processadoras como Barry Callebaut, Mondelez e Hershey’s reportaram queda nas vendas, sinalizando um possível recuo no consumo ao longo do ano.
Desde o início da temporada 2024/25 (outubro de 2024), os portos marfinenses já receberam 1,536 milhão de toneladas de amêndoas, volume 11,4% acima do registrado no mesmo período do ciclo anterior. No entanto, esse número continua 11,7% abaixo da média dos últimos cinco anos, causada por condições climáticas adversas no ano passado.
“A continuidade das chuvas ao longo dos próximos meses será crucial para a definição da próxima safra 2025/26. Em Gana, segundo maior produtor mundial, o padrão pluviométrico também se mostra favorável até agora, o que pode contribuir para uma recuperação parcial da oferta global”, comenta Carolina França, analista de inteligência de mercado da Hedgepoint Global Markets.
Do lado da demanda, o cenário é mais cauteloso. Apesar das moagens recentes surpreenderem positivamente em algumas regiões, o recuo nas vendas de gigantes do setor aponta para um enfraquecimento no consumo global. A imposição de tarifas pelos Estados Unidos também acende um alerta adicional para o setor, com potencial de impactar o custo de importações e exportações de produtos de cacau.
Na bolsa de Nova York, os contratos futuros para julho encerraram a última semana com queda de 5%, enquanto em Londres o recuo foi de 3%. Parte das perdas foi revertida no início desta semana, após uma abertura mais firme no mercado europeu – sinal claro da volatilidade que ainda domina o setor.
O mercado está altamente sensível a qualquer sinal de mudança, seja no clima ou no consumo. “Com estoques ainda apertados e uma nova safra em desenvolvimento, a oscilação dos preços deve continuar nos próximos meses”, finaliza Carolina.
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