Minas abre caminho para exportação de banana prata-anã
De acordo com o empresário, desde o primeiro semestre de 2008 a cooperativa Coprata, também conhecida como Companhia da Fruta, de Montes Claros, fornece cerca de 100 caixas da banana prata-anã, por semana, a uma processadora de São Paulo, que inclui o produto em diversas saladas destinadas à exportação. O produto segue de avião por Cumbica até a Inglaterra, para ser entregue na rede de supermercados Mark & Spencer.
Segundo Colares, somente a prata-anã pode atender a um projeto desse tipo. Ao contrário da caturra (ou nanica) tradicionalmente vendida para o mercado externo, a prata-anã não tem seu aspecto alterado depois de ser descascada e fatiada para compor os pratos. “Uma de suas principais características é a manutenção da cor branca durante todo o tempo em que a salada fica exposta. Assim a fruta ajuda a tornar o prato atraente, e isso pode ser decisivo para a escolha do consumidor europeu, que tem alto nível de exigências”, ele explica.
“As exportações para a Inglaterra são uma pré-estreia da banana prata-anã no mercado internacional”, acrescenta Colares. Atualmente, apenas a banana caturra é conhecida no mundo inteiro. As exportações da caturra, segundo o empresário, são dominadas por multinacionais com representação principalmente nos países da América Central. “Isso torna o mercado da caturramuito competitivo e fechado. Por isso os produtores da prata-anã estão apostando na alternativa de exportar uma fruta diferente, com uso reduzido de defensivos químicos, e com perspectiva de alcançar boa cotação”, assinala.
Boas perspectivas
Por enquanto, os produtores entregam a prata-anã destinada à exportação pelo preço médio praticado no mercado interno, que varia de R$ 10,00 a R$ 20,00 a caixa de 20 quilos. “Eles concordam com essa cotação porque o estágio atualé necessário para a conquista de um mercado que poderá consumir grandes quantidades da banana”, prossegue Colares. Ele enfatiza que não haverá problema para atender a grandes demandas porque o cultivo dessa fruta é bastante expressivo em Minas Gerais, com as maiores plantações localizadas em Pirapora, Janaúba e Jaíba, na região Norte. De acordo com os cálculos do empresário, o Projeto Jaíba conta com cerca de 5 mil hectares plantados de prata-anã.
Depois da experiência de colocação da fruta na rede Mark & Spencer, a Coprata vai organizar com os produtores uma estratégia de marketing com o objetivo de expandir o mercado na Europa, informa também Colares. Ele considera que a prata-anã apresenta diferenciais muito fortes em relação à banana que os consumidores europeus estão acostumados a levar à mesa. O empresário prevê o sucesso dessa banana no mercado externo com base na receptividade de outro produto exótico, a caturra orgânica, que tem sido exportada por Minas desde 2007. “Atualmente, seguem para a Alemanha e Holanda dois containers da fruta orgânica por semana”, observa Colares.
Clima favorável
O presidente da Abanorte informa que a produção de banana prata-anã, no Norte de Minas, alcança cerca de 12,6 mil hectares. “O clima da região favorece o desenvolvimento da planta e cultivo, que tem alto rendimentocem por cento irrigado e exige a utilização de pouco defensivo”, ele acrescentou, ressaltando ainda que a Epamig, vinculada à Secretaria da Agricultura, é um dos suportes na geração de tecnologia para o desenvolvimento da produção.
Segundo dados da Abanorte, a banana prata-anã é vendida em todo o país, sendo mais procurada no Estado do Rio, onde é preferida por 60% dos consumidores de banana. Em São Paulo, o índice é de 40%. Já em Minas, a preferência alcança 30% dos consumidores. Para Colares, um dos motivos do desenvolvimento da bananicultura na região é a profissionalização dos produtores. “Os produtores têm que desenvolver principalmente a gestão do seu negócio para enfrentar as oscilações de preço no mercado interno”, recomenda.
No cenário de produção de bananas em geral, Minas Gerais é o quarto produtor do país, respondendo por 8,79% da safra, que tem o predomínio da caturra, informa a Superintendência de Política e Economia Agrícola da Secretaria da Agricultura. A produção estimada para 2009 alcança 625,4 mil toneladas, sendo que o Norte de Minas, onde se concentram os municípios que mais produzem, responde porcerca de 40% do total do Estado. Destacam-se os municípios de Jaíba (84,50 mil toneladas anuais), Janaúba (52,9 mil toneladas) e Matias Cardoso (40,0 mil toneladas).
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