Exportação mineira de produtos hortícolas aumenta 15%
A exportação de produtos hortícolas processados em Minas Gerais rendeu ao Estado, no período de janeiro a novembro de 2009, o montante de US$ 302,3 mil, informa o Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). “A cifra registrada representa um aumento da ordem de 15% em relação aos US$ 263,4 mil alcançados em igual período de 2008”, diz Márcia Aparecida de Paiva, assessora técnica da Superintendência de Política e Economia Agrícola da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
De acordo com a assessora, no grupo de hortícolas processados teve destaque o subgrupo composto por produtos em conserva, que alcançaram a receita de US$ 155,7 mil nas exportações do acumulado de janeiro a novembro de 2009. “O total desses produtos foi destinado à Alemanha. Em relação ao período de janeiro a novembro de 2008, quando foi registrada a cifra de US$ 37,7 mil, registrou-se crescimento de 313% da receita das exportações desse subgrupo”, explica Márcia Silva.
Outros produtos que sobressaíram foram batatas preparadas ou em conserva e feijão em grão preparado ou em conserva. No caso das batatas processadas, a exportação foi da ordem de US$ 11,1 mil. A assessora observa que “esse valor é significativo, uma vez que em igual período de 2008 não foram registradas exportações do produto”. Ela acrescenta que os principais destinos das batatas processadas foram Angola e Estados Unidos, que importaram o equivalente a US$ 6,3 mil e US$ 4,8 mil, respectivamente.
Cotação favorável
“O preço superior é um diferencial importante nas exportações de batatas preparadas ou conservadas”, acrescenta Márcia Silva. “O preço médio, de US$ 7,01 o quilo, equivale a R$ 12,13, considerando a taxa de câmbio (em R$/US$) a R$ 1,73. Essa cotação média das batatas processadas exportadas é superior em 5,2 vezes à registrada pelas batatas in natura comercializadas no varejo do Estado que, segundo informações da Ceasa Minas, chegou a R$ 2,32 o quilo na terceira semana de dezembro.”
A assessora ainda informa que Minas Gerais é o maior produtor de batatas do Brasil. “Segundo levantamento da Superintendência de Política e Economia Agrícola, na safra 2008/2009, a produção mineira alcançou 1,1 milhão de toneladas, ou 32% da produção brasileira (3,4 milhões de toneladas)”, explica Márcia Silva. São Paulo e Paraná ocupam a segunda e a terceira posições no ranking dos Estados produtores, respondendo por 674,3 mil toneladas e 569,1 mil toneladas, respectivamente.
Conforme o levantamento, a produção mineira de batatas concentra-se na região Sul do Estado e no Alto Paranaíba, que juntas responderam por 89% da produção mineira, equivalente a 998,8 mil toneladas. Perdizes, no Alto Paranaíba, é o município que mais produz, respondendo por 127,7 mil toneladas. Em seguida vem Ipuiuna, no Sul do Estado, com uma produção de 90,9 mil toneladas, na safra 2008/2009.
As exportações mineiras de feijão em grãos processados, nos primeiros onze meses de 2009, somaram US$ 7,0 mil, que correspondem a um acréscimo de 364% na comparação com o montante de US$ 1,5 mil, registrado em igual período de 2008. O único destino internacional do feijão processado de Minas foram os Estados Unidos.
Minas Gerais é o segundo maior produtor brasileiro de feijão. Com produção de 599,6 mil toneladas, o Estado respondeu por 17% da produção nacional, na safra 2008/2009 (3,5 milhões de toneladas). O principal Estado produtor, o Paraná, apresentou volume de 746,9 mil toneladas, equivalente a 21% da produção nacional.
A principal região produtora de Minas é a Noroeste, que respondeu por 43% da produção estadual em 2009. Nesta região localizam-se os principais municípios produtores, Unaí, Buritis e Paracatu, que alcançaram 123,6, 51,5 e 23,9 mil toneladas, respectivamente.
Para Márcia Silva, “a expansão das exportações de hortícolas com maior valor agregado representa uma boa oportunidade para o aumento da receita dos agricultores mineiros.” A assessora técnica considera que “o cenário atual corresponde ainda a uma alternativa de escoamento dos produtos, como no caso das batatas e do feijão, condizente com a elevada produção do Estado”.
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