Frio se tornou aliado da cultura de banana

Publicado em 19/03/2010 09:07
Baixas temperaturas ajudam a conter o desenvolvimento da sigatoka negra e amarela
Tradicionalmente cultivadas em regiões tropicais, as bananas estão se adaptando muito bem à Região Sul do País. Isto, porque o frio, ao invés de vilão, tornou-se um aliado: ajuda a conter o desenvolvimento da sigatoka negra, uma das principais doenças da cultura. O I Simpósio sobre a Cultura de Bananeira nos Subtrópicos do Cone Sul, que acontece hoje e amanhã, vai discutir os benefícios e desafios do cultivo na região. O fitopatologista Luiz Augusto Peruch é um dos palestrantes do evento e vai mostrar a particularidade das ações da sigatoka negra e amarela no sul de Santa Catarina e nordeste do Rio Grande do Sul.

— O sul de Santa Catarina e o norte do Rio Grande do Sul estão no limite da região para a produção comercial de banana, em função da ocorrência de geadas que podem dizimar os cultivos, como aconteceu no ano de 2000. Como nós estamos em uma situação de pouco calor, a sigatoka acaba se desenvolvendo menos do que nas outras regiões produtoras de banana no país. Em São Paulo, o número de pulverizações contra a sigatoka varia de seis a dez vezes por ano. Já no sul catarinense, esse número é reduzido para três ou quatro aplicações anuais. Isso representa uma boa economia para o produtor — explica Luiz Augusto Peruch.

A economia de custos de produção é, sem dúvida, o maior benefício para o produtor, que não precisa desembolsar tanto com insumos. O maior motivo de comemoração dos produtores sul-catarinenses de banana é a estagnação da sigatoka negra, que é mais perigosa do que o tipo amarela. Peruch explica que, na ausência de controle da sigatoka amarela, as perdas serão de cerca de 50% da lavoura. Já no caso da sigatoka negra, as perdas de produção podem chegar a 100%, mas o frio não deixa isto acontecer. No entanto, o fitopatologista lembra que os produtores não podem deixar de ter os cuidados necessário de manejo com os bananais.

Os métodos de erradicação das doenças devem ser feitos como em qualquer outra região. As aplicações de fungicidas devem ser realizadas, porém em número menor, assim como a limpeza das folhas doentes, a adubação e o manejo correto do bananal para evitar as brotações excessivas.
— O importante, seja a sigatoka negra ou a sigatoka amarela, é que o produtor adote as medidas de controle para manter um bananal sadio e, consequentemente, ter uma boa produtividade. Mas podemos dizer que o frio que faz aqui, que muitas vezes era visto como um vilão para a cultura da banana, acabou atuando como um aliado, por conter o desenvolvimento da sigatoka negra — comemora.
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Portal Dia de Campo

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