Embrapa propõe normas para produção de uva

Publicado em 22/04/2010 09:06
A Embrapa Uva e Vinho deu o pontapé inicial em estudos para a elaboração das regras de produção integrada de uvas destinadas ao processamento no Rio Grande do Sul. Com isso, dentro de quatro ou cinco anos, os viticultores terão a possibilidade de aplicar as Boas Práticas Agrícolas no cultivo das variedades destinadas à indústria gaúcha de vinhos, espumantes e sucos, otimizando a relação custo-benefício na hora de investir no parreiral.

A pesquisa é desenvolvida em parceria com a Embrapa Semiárido, que já implantou este tipo de cultivo em Petrolina (PE), embora sem a oficialização das orientações no Diário Oficial da União (DOU). "Está havendo uma adequação destas regras para que possamos unificar todas e transformá-las em normas", explicou a chefe da Divisão de Fruticultura da Produção Integrada do Ministério da Agricultura (Mapa), Rosilene Souto. O trabalho a campo é coordenado pelo pesquisador da Embrapa Uva e Vinho, Samar Silveira, e conta com o apoio da Emater/PR, Epamig/MG, Epagri/SC, Fecovinho e Cooperativa Central Nova Aliança (Coocenal), em Flores da Cunha. O objetivo é incluir a cultura no Sistema de Produção Integrada de Frutas (PIF) do Mapa.

A grande vantagem da produção integrada é ter como base o respeito à utilização dos limites de segurança dos agrotóxicos. Isso ocorre porque há uma transformação do cultivo, que se volta para uma produção ecologicamente correta. "A aplicação dos agroquímicos é criteriosa, feita a partir do momento em que a praga ou doença atinge um nível de dano econômico no parreiral", explicou Silveira. Com esta e outras regras de monitoramento, a ideia é garantir segurança ao produtor, ao consumidor e ao meio ambiente. "A qualidade da uva melhora, e quem tem a certificação acaba tendo preferência na hora da compra", ressaltou Rosilene.

A expectativa dos produtores gaúchos é, com a conclusão dos experimentos, diminuir principalmente os custos na contratação de pessoal e na aquisição de agroquímicos. "A mão de obra corresponde por 38% dos custos de manutenção do parreiral, e os fungicidas, por 20%", detalhou o presidente da Comissão Interestadual da Uva, Olir Schiavenin. Para ele, o viticultor ainda levará vantagem com a agregação de valor que a produção integrada pode conferir aos frutos.

O freio no uso de insumos, garantido por essas práticas, já é sentido por alguns viticultores de uvas de mesa. A produção integrada destas variedades teve suas normas aprovadas pelo Mapa e publicadas no DOU em 2003, e hoje integra o PIF. "Podemos dizer que houve redução de 89% no número de aplicações de inseticidas, 42% nos fungicidas, 100% nos herbicidas e 100% nos acaricidas", relatou Rosilene. A subtração dos gastos ocorre também no uso da água e dos insumos.

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Fonte:
Correio do Povo

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