Fortes ventos acabam com chuva do caju
Em Crateús, as precipitações fizeram muita falta. Os produtores amargam a queda na produção, que não chegou aos 15% do ano passado, de acordo com informações da Secretaria de Agricultura do Município. "Com a chuva a planta floresce. Como não veio afetou a produção no Município de forma direta e os produtores tiveram uma significativa perda na produção".
As localidades de Monte Nebo e Santo André são as maiores produtoras na região. Anualmente produzem doces, castanhas, cajuínas e outros derivados de caju, abastecendo o comércio local e da região. Em Santo André este ano os derivados da fruta estão escassos. A produtora Maria de Jesus, que costuma produzir 25 sacos de castanha neste período, contabiliza somente seis e estranhou a falta das precipitações. "Este ano foi diferente, mesmo em anos de seca esta chuvinha não falta, não sei o que houve".
Mas, embora o sertanejo aguarde a chuva do caju e conte com ela para a produção, ela é característica das regiões litorâneas, segundo a Funceme (Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos), devido ao efeito das brisas marítimas. "As precipitações acontecem mais na faixa litorânea devido à proximidade do oceano, elas são características destas áreas", diz o meteorologista do órgão, Paulo Barbieri. "O período chuvoso foi fraco e os ventos estiveram mais fortes que o normal", diz Barbieri.
Para a Funceme, o aquecimento da temperatura e a baixa umidade relativa do ar no interior, especialmente nesta região, explicam a falta da chuva do caju este ano, embora ela não seja característica desta região. Os índices da umidade do ar na região são baixíssimos. Em Tauá, por exemplo, segundo o órgão, chegou a 8% em dias da última semana. Para se ter uma ideia, esse índice abaixo de 30% já é prejudicial.
Umidade
Umidade relativa do ar é a relação entre a quantidade de água existente no ar (umidade absoluta) e a quantidade máxima que poderia haver na mesma temperatura (ponto de saturação). Ela é um dos indicadores usados na meteorologia para se saber como o tempo se comportará (fazer previsões). Essa umidade presente no ar é decorrente de uma das fases do ciclo hidrológico, o processo de evaporação da água. São problemas decorrentes da baixa umidade do ar: complicações alérgicas e respiratórias devido ao ressecamento de mucosas; sangramento pelo nariz; ressecamento da pele; irritação dos olhos; entre outros.