Fortes ventos acabam com chuva do caju

Publicado em 19/10/2010 08:06
De acordo com a Funceme, as chuvas de caju não aconteceram e podem comprometer a safra desta cultura.
As primeiras chuvas ocorridas após o período seco recebem o nome popular de "chuva do caju", pois coincidem com a época em que os cajueiros estão com os frutos em início da fase de desenvolvimento. A chuva, que normalmente acontece entre os meses de junho a agosto, contribui para acelerar o processo de maturação da flor do cajueiro. Já são aguardadas anualmente pelos agricultores, tanto no Nordeste, como em outras regiões do País. Este ano, porém, as precipitações não ocorreram no Ceará. E onde ocorreram foram fracas e rápidas, pela madrugada. Ventos mais fortes que o normal no litoral foi o fator que determinou a ausência, bem como a redução delas este ano, segundo a Funceme.

Em Crateús, as precipitações fizeram muita falta. Os produtores amargam a queda na produção, que não chegou aos 15% do ano passado, de acordo com informações da Secretaria de Agricultura do Município. "Com a chuva a planta floresce. Como não veio afetou a produção no Município de forma direta e os produtores tiveram uma significativa perda na produção".

As localidades de Monte Nebo e Santo André são as maiores produtoras na região. Anualmente produzem doces, castanhas, cajuínas e outros derivados de caju, abastecendo o comércio local e da região. Em Santo André este ano os derivados da fruta estão escassos. A produtora Maria de Jesus, que costuma produzir 25 sacos de castanha neste período, contabiliza somente seis e estranhou a falta das precipitações. "Este ano foi diferente, mesmo em anos de seca esta chuvinha não falta, não sei o que houve".

Mas, embora o sertanejo aguarde a chuva do caju e conte com ela para a produção, ela é característica das regiões litorâneas, segundo a Funceme (Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos), devido ao efeito das brisas marítimas. "As precipitações acontecem mais na faixa litorânea devido à proximidade do oceano, elas são características destas áreas", diz o meteorologista do órgão, Paulo Barbieri. "O período chuvoso foi fraco e os ventos estiveram mais fortes que o normal", diz Barbieri.

Para a Funceme, o aquecimento da temperatura e a baixa umidade relativa do ar no interior, especialmente nesta região, explicam a falta da chuva do caju este ano, embora ela não seja característica desta região. Os índices da umidade do ar na região são baixíssimos. Em Tauá, por exemplo, segundo o órgão, chegou a 8% em dias da última semana. Para se ter uma ideia, esse índice abaixo de 30% já é prejudicial.

Umidade

Umidade relativa do ar é a relação entre a quantidade de água existente no ar (umidade absoluta) e a quantidade máxima que poderia haver na mesma temperatura (ponto de saturação). Ela é um dos indicadores usados na meteorologia para se saber como o tempo se comportará (fazer previsões). Essa umidade presente no ar é decorrente de uma das fases do ciclo hidrológico, o processo de evaporação da água. São problemas decorrentes da baixa umidade do ar: complicações alérgicas e respiratórias devido ao ressecamento de mucosas; sangramento pelo nariz; ressecamento da pele; irritação dos olhos; entre outros.

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Fonte:
Diário do Nordeste

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