Quebra na safra de uva deve chegar a 30% em SP por causa do clima

Publicado em 17/11/2010 08:28
Produtores que tiveram perdas com o granizo reclamam da falta de seguro agrícola.
Problemas climáticos provocam quebra na safra de uva no interior de São Paulo. A colheita já começa com perspectiva de redução de 30%. Produtores que tiveram perdas com o granizo reclamam da falta de seguro agrícola.

Os produtores da região de Indaiatuba, no interior paulista abastecem mercados como Goiás, Minas Gerais e Distrito Federal. Nos parreirais o trabalho está começando. A safra começa em novembro e atinge o auge em dezembro, no momento certo para atender a demanda das festas de fim de ano. Mas o clima não colaborou nos últimos meses. O produtor Antônio Carlos Pesce calcula que vai ter perdas de 30%, um índice semelhante à média da região.

– Na hora da floração do cacho, veio vento muito frio, muito seco, que abortou essa fruta. Teve vários cachos que poderia ter desenvolvido mais, mas acabou ficando menor – conta Pesce.

Não é difícil encontrar cachos ralos, com poucos frutos. O frio também atrapalhou a maturação. Nesta mesma fileira, uvas escuras quase prontas para a colheita e outras ainda verdes. O distribuidor Josué Marchetti, que comercializa quase 300 mil caixas durante a safra, calcula que mesmo com a quebra de produtividade, os preços pagos ao produtor não devem subir mais que 10%.

– Às vezes com uma quebra dessas, pode acontecer de ficar ainda mais baixo que no ano passado. Depende da oferta e da procura e dos dias em que essa mercadoria vai entrar – afirma Marchetti.

Algumas plantações tiveram mais problemas. No final de outubro, uma chuva de granizo provocou danos. O produtor Cassio Donizete Marques avalia que algumas áreas tiveram quase perda total da produção.

- Ela acaba destruindo as folhas todas e machuca muito o fruto. Parecia que ela tinha sido cortada com um estilete. Se via corte em cada grãozinho da fruta. Agora temos perdas de 90%. Não tem mercado para essa uva – explica Marques.

Os prejuízos com o granizo foram ainda mais pesados porque muitas áreas não tinham seguro contra perdas. Os produtores reclamam que o governo federal, nesta safra, não ajudou a pagar 60% do benefício como faz regularmente.

– Sem a subvenção federal, teve que pagar do próprio bolso. Valor pequeno e custo muito alto. Se ele não tiver o seguro, muitos deles pensam em parar de produzir – diz o presidente do Sindicato Rural de Indaiatuba, Wilson Tomaseto.

- Foi feito seguro por um preço bastante irrisório por pé. Praticamente metade do valor do que faríamos com subsídio do governo federal – acrescenta Marques.

O Ministério da Fazenda confirma que houve atraso no repasse de verbas para as seguradoras. O motivo foi a contenção de gastos exigida pela equipe econômica do governo. O Ministério informou ainda que R$ 35 milhões foram liberados há um mês para os seguros do setor de fruticultura.

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Fonte:
Canal Rural

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