Minas busca condições para exportar banana prata

Publicado em 10/08/2011 10:44
Objetivo é oferecer produto resistente a longas viagens de navio
A banana prata vai entrar na relação dos produtos exportáveis do agronegócio mineiro no final de 2012 ou início de 2013. A estimativa é da Associação Central dos Fruticultores de Minas Gerais (Abanorte), sediada em Janaúba.  De acordo com o presidente da entidade, Jorge Luís Raymundo de Souza, em um ano e meio serão completados os estudos contratados pela Abanorte para a solução dos problemas de conservação da fruta após a colheita, que até agora impossibilitam as exportações.
“Os estudos têm por objetivo agregar à banana a condição de ser transportada nos contêineres dos navios em longas viagens sem perder a qualidade e serão realizados pela Empresa de Pesquisa Agropecuária (Epamig), vinculada à Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, e Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes)”, explica Jorge Luís. “Quando for superado o problema técnico relacionado com a conservação da banana prata nos contêineres dos navios, o produto terá embarques regulares começando pelo bloco da União Europeia (UE). Grandes compradores desse bloco já demonstraram interesse pela formalização de contratos de compra”, informa.
Jorge Luís considera que a banana prata tem condições de competir com as demais variedades conhecidas pelos europeus porque é a mais adequada para ser incluída em saladas de fruta. “Após ser cortada, a prata mantém durante maior tempo o sabor original e não fica escurecida”, ele explica.  
Segundo o superintendente de Política e Economia Agrícola da Secretaria da Agricultura, João Ricardo Albanez, a perspectiva de exportar para a União Europeia é sempre interessante. “Em primeiro lugar porque o nível de exigência dos compradores do bloco é muito alto e serve de referência para a entrada em outros mercados”, ele explica e ainda observa que entre os países integrantes da UE está a Bélgica, maior importador mundial de bananas. Segundo o último levantamento da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) nesse segmento, em 2008, a Bélgica adquiriu cerca de 1,5 milhão de toneladas do produto.  Também integram o grupo a Alemanha e o Reino Unido, que fizeram importações de banana da ordem de 1,4 milhão e 951 mil toneladas, respectivamente.    
Estímulo à produção
O presidente da Abanorte diz que os europeus  já adquirem a banana nanica (caturra) produzida em Minas. “Agora tanto os importadores da Europa quanto os do Oriente Médio querem a prata”, explica o empresário, que prevê o fortalecimento da produção e o aumento da participação do Estado na safra brasileira.   
De acordo com dados do IBGE, a safra estimada de bananas de Minas Gerais, para 2011, é de 642,8 mil toneladas, cerca de 9% da produção nacional.  O Norte de Minas responde por 40,8% da safra mineira de banana.  “Temos na região cerca de 11 mil hectares plantados, sendo 90% da prata, e a produção anual dessa variedade alcança 220 mil toneladas”, informa o presidente da Abanorte.
O dirigente enfatiza que “a possibilidade de exportar banana prata deve estimular os produtores, principalmente se o governo federal ouvir as entidades do setor, como a Abanorte, e suspender a liberação das importações de banana do Equador, pois o mercado não necessita dessa medida para garantir o abastecimento interno”, comenta. A autorização do governo brasileiro para importar banana do Equador faz parte de um acordo comercial entre os dois países.    
Para o empresário Dirceu Colares de Araújo Moreira, conselheiro da Cooperativa dos Produtores de Bananas Prata (Cooprata), sediada em Nova Porteirinha, no Norte de Minas, a perspectiva de exportar o produto para a Europa interessa principalmente aos produtores da região que já venderam banana caturra no exterior e suspenderam os embarques por causa de problemas de câmbio.
“A cooperativa não terá dificuldade para colocar a banana prata na Europa e depois no Oriente Médio porque fornecemos atualmente a grandes redes de supermercados no Brasil. Estamos, portanto, habituados a exigências iguais ou superiores àquelas que os importadores costumam fazer aos fornecedores”, afirma.  
Mercado interno
Segundo Dirceu Colares, neste inicio de safra, a caixa de 20 quilos da banana prata está cotada em R$ 24,00 e deverá continuar acima de R$ 10,00 inclusive no período de maior oferta, sendo que um valor da ordem de R$ 14,00 já possibilita uma boa renda ao produtor. Ele diz que a boa perspectiva para essa variedade e também para a caturra é reforçada pela possibilidade de ocupar uma parte do mercado interno antes abastecido por São Paulo, principalmente a partir dos bananais do Vale do Ribeira. A região, que lidera a produção paulista de banana, foi vítima de enchentes nos últimos dias.
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Fonte:
Sec. Agricultura Minas Gerais

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