Laboratório Exata Brasil amplia processos e passa a analisar DNA da microbiota do solo
O grupo Exata Brasil, um dos mais tradicionais laboratórios especializados em análises químicas agroindustriais do país, acaba de expandir sua atuação para atender clientes em todo o território nacional. Atento a um mercado cada vez mais exigente e dinâmico, o grupo investiu, nos últimos quatro anos, em atualização tecnológica, automação laboratorial e capacitação profissional. A credibilidade conquistada chamou a atenção da Aqua Capital, que adquiriu parte das operações e impulsionou uma nova fase da companhia: a análise metagenômica, que traz dados sobre as estruturas físicas, químicas e biológicas dos solos.
“Trata-se de uma análise mais complexa do que a tradicional, pois inclui o DNA da microbiota do solo. Essa é uma metodologia ainda recente no Brasil e por isso parte do trabalho é feita nos Estados Unidos, o que estende o prazo para emissão do laudo. No entanto, é essencial para compreendermos o avanço da agricultura regenerativa, que valoriza práticas mais sustentáveis e menos agressivas ao meio ambiente”, explica Caio Damasceno, gerente de Marketing da Exata Brasil.
Além dessa inovação, os laboratórios da Exata contribuem diretamente para o fortalecimento do mercado de carbono no país, com equipamentos que realizam análises em apenas 15 segundos. Essa tecnologia já é utilizada por grandes empresas do setor, como Amaggi e Bayer, além de projetos como o da MyCarbon Solutions, subsidiária da Minerva Foods, dedicada à originação e comercialização de créditos de carbono.
“A Exata se tornou uma parceira estratégica dessas iniciativas, que passam por auditorias rigorosas e exigem alto grau de confiabilidade técnica. Nosso padrão de excelência tem atraído cada vez mais parceiros interessados em atuar nesse mercado, que é uma das principais tendências da agricultura sustentável”, reforça Damasceno.
Com sede em Jataí (GO) e unidades em Luís Eduardo Magalhães (BA), Chapadão do Sul (MS) e Cuiabá (MT), o grupo analisou 700 mil amostras de solo em 2024, e a meta é ultrapassar 1 milhão de análises até o fim do ano. Um dos grandes diferenciais do laboratório é o detalhamento técnico dos laudos, que fornecem diagnósticos detalhados sobre as condições físicas e químicas dos solos.
“Costumamos dizer que a análise de solo é como um exame de sangue. O solo é um organismo vivo e, assim como o nosso corpo, exige atenção aos seus diversos elementos. Nesse sentido, a análise é a bússola da produtividade, da rentabilidade e da saúde do campo”, compara o gerente.
A um custo que varia entre 0,2% e 0,4% do total de produção da safra, uma boa análise de solo pode reduzir significativamente gastos desnecessários com insumos e tempo de manejo.
“Estamos na era da agricultura de precisão, da aplicação em taxa variável e do uso de dados para manejos assertivos. E toda essa exatidão só é possível por meio de análises agrícolas confiáveis. Por isso, fornecer um laudo técnico e seguro do solo é a nossa principal missão”, destaca Damasceno.
Entre os principais fatores monitorados pela companhia estão a qualidade dos fertilizantes utilizados e a presença de vetores prejudiciais, como os nematóides, vermes microscópicos que atacam as raízes e comprometem a absorção de água e nutrientes pelas plantas.
“Temos registrado aumento na presença de nematoides em regiões como o Tocantins, onde esse problema não ocorria. É uma situação preocupante e por isso o produtor precisa tomar decisões assertivas e evitar desperdícios, isso só é possível ao conhecer o perfil do seu solo”, alerta Damasceno.
O especialista recomenda que as amostras de solo sejam coletadas ao longo dos talhões, prática que possibilita identificar com precisão áreas com deficiências nutricionais ou presença de patógenos. “Hoje já se compreende que uma mesma propriedade pode apresentar múltiplas realidades agronômicas. Aplicar insumos de forma uniforme, sem considerar essas diferenças, compromete a gestão e resulta em perdas financeiras desnecessárias”, finaliza Damasceno.