Ações preventivas para resguardar o agronegócio

Publicado em 07/01/2009 13:39
As ações de combate e de prevenção ao ingresso de doenças e pragas no País refletem a constante preocupação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) em resguardar o agronegócio. Em um país do tamanho do Brasil, é preciso ser ágil na busca de soluções e investir na parceria com os estados e o setor produtivo para o êxito das iniciativas.

A Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA), por meio do Departamento de Sanidade Vegetal, realiza um trabalho integrado com a iniciativa privada e as secretarias estaduais de Agricultura para a conscientização dos produtores no controle do greening.

Detectado em 2004, o greening ou doença do dragão amarelo, como também é conhecido, requer atenção especial devido ao alto poder destrutivo dessa praga nas frutas cítricas (laranja, limão, tangerina), nos estados de São Paulo, o mais atingido, Paraná e Minas Gerais.

Por iniciativa do Ministério da Agricultura, a inspeção dos pomares pelos próprios produtores foi recomendada para ser feita a cada três meses. Dois relatórios anuais devem apresentar o resultado das inspeções.

“É de fundamental importância que o produtor se conscientize que é o responsável pela propriedade e que faça as inspeções nos pomares”, alerta o diretor do Departamento de Sanidade Vegetal, Geraldo Baldini.

O Brasil exportou, de janeiro a setembro de 2008, cerca de US$ 1,5 bilhão em suco de laranja. Com mais de um milhão de hectares plantados com frutas cítricas, o País é o segundo maior produtor mundial. O desafio é impedir a propagação da praga a outros estados produtores de cítricos.

A fiscalização agropecuária dos estados é responsável, também, pela inspeção nos pomares. São coletadas amostras periodicamente para verificar se as plantas estão contaminadas com o Huanglongbing, nome científico do greening.

O material é analisado em laboratórios oficiais. Em caso de contaminação inferior a 28% das amostras analisadas, serão eliminadas as plantas com os sintomas da doença. Se esse índice for igual ou superior a 28%, todas as plantas da unidade produtiva serão exterminadas.

Uma norma do ministério disciplina o trânsito de material propagativo da praga, proveniente de regiões onde ocorre a doença. A contaminação do greening é causada por uma bactéria chamada Candidatus Liberibacter sp transmitida pelo vetor Diaphorina citri.

No final de 2008, o Mapa veiculou campanha de utilidade pública, na Bahia, alertando sobre os perigos da doença.

Ferrugem da laranja - Diferente do greening, a ocorrência da ferrugem da laranja ainda não foi constatada no Brasil, mas especialistas garantem que é uma questão de tempo, já que o principal meio de propagação dos fungos é pelas correntes de ar.

A ferrugem da laranja ataca as plantações de determinadas variedades de cana-de-açúcar, podendo causar danos econômicos aos produtores e ao País. A doença, de origem asiática, foi detectada nos Estados Unidos em julho de 2007, em seguida, na Guatemala e Nicarágua.

No fim da década de 1990, apraga se alastrou pelos canaviais da Austrália devastando 45% da área plantada naquele país. Estima-se que o prejuízo causado ao setor australiano tenha atingido 24% em perda na produtividade de toneladas de açúcar por hectare.

A melhor maneira de prevenção e controle da ferrugem é a plantação de variedades resistentes aos fungos. Uma forma de mitigar o risco de prejuízos econômicos é estabelecer um limite de plantio de 15% para cada variedade de cana-de-açúcar nas unidades produtoras.

Assim, as perdas ficariam restritas às variedades mais suscetíveis de contaminação podendo, ainda, ser substituídas pelas resistentes.

Controle de resíduos nos alimentos - O governo federal quer ampliar o monitoramento dos produtos de origem vegetal até 2009, medida prevista no Plano Nacional de Controle de Resíduos e Contaminantes da Área Vegetal.

O Mapa realizou licitação para contratar laboratórios que analisam as amostras e verificam o limite máximo de resíduos (LMR) nos alimentos.

No início de 2008, aCoordenação de Controle de Resíduos e Contaminantes (CCRC/SDA) divulgou o resultado das análises das amostras de mamão e maçã em que 90% apresentaram conformidades.

A ampliação do número de culturas monitoradas pelo Programa contemplará as plantações de abacaxi, melão, manga, uva, alface, banana, limão, tomate, morango, arroz, amendoim, castanha e alho.

Está prevista parceria com a Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), o maior centro distribuidor de alimentos do Brasil, para coleta de amostras de alimentos.

Com isso, a origem dos produtos que apresentarem não-conformidades poderá ser identificada facilitando a orientação aos produtores ou mesmo a adoção de providências legais, em casos de constatação de má-fé.

O Programa é reconhecido pelos países da União Européia, Estados Unidos, China, Rússia e outros. Técnicos desses países realizam auditorias anuais para avaliar a eficácia no monitoramento de resíduos nos produtos exportados.

Fonte: Ministério da Agricultura
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