Citricultores querem renegociar dívidas agrícolas

Publicado em 01/03/2010 08:07 e atualizado em 04/03/2010 08:15
Representados por políticos de São Paulo, de Sergipe e da Bahia produtores esperam por soluções a partir do apoio do governo federal à proposta de securitização dos custeios agrícolas

Citricultores e políticos paulistas, baianos e sergipanos, reunidos em Bebedouro na última sexta-feira sexta-feira (26), discutiram propostas referentes à renegociação das dívidas do setor, decorrentes da atuação do cartel pelas indústrias de suco de laranja.

O secretario adjunto de agricultura de São Paulo, Antônio Júlio Junqueira de Queiroz, destacou a relevância do encontro nacional. “Existe um mal estar geral no setor produtivo. Ao assinarmos a proposta elaborada na reunião, esperamos ganhar a atenção do governo federal para resolver, enfim, o problema da laranja”, desabafou. O secretário adjunto anunciou o comprometimento da Secretaria com os citricultores e anunciou que o seguro contra greening e cancro cítrico será garantido aos produtores paulistas. “Aguardamos, para o próximo dia 12 de março, uma definição do Ministério da Agricultura quanto à proposta do estado de São Paulo bancar 60% do seguro e o governo federal, 40%. Caso isso não seja possível, faremos uma adaptação no seguro para que o governo paulista possa bancar 100% neste primeiro ano, com um investimento de R$ 28 milhões”, diz Antônio Júlio.

O secretário de agricultura da Bahia, Roberto Muniz, e o representate do Secretário de Agricultura de Sergipe, João Ferreira Amaral, ressaltaram a união dos Estados produtores. “Na Bahia e em Sergipe, a maioria da produção está nas mãos de agricultores familiares, que enfrentam as mesmas dificuldades dos citricultores paulistas. Precisamos unir forças para que o governo olhe para o produtor e tome providências com relação à renegociação das dívidas, que chegam a R$ 1 bilhão”.

O deputado federal Antônio Carlos Mendes Thame (PSDB) frisou o bom momento para se fazer cobranças ao governo. “Precisamos aproveitar o ano político e cobrar o atendimento das reivindicações”. Já o deputado federal Duarte Nogueira (PSDB) questionou pra onde vai o dinheiro resultante das exportações. “Só no passado, foram exportados US$ 1,6 bilhão. Pra onde foi todo este dinheiro?”.

Os deputados estaduais Davi Zaia (PPS/SP), presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Citricultura, e Zico Prado (PT); o presidente da Amcisp, Dorival Sandrini; o presidente da Feraesp, Elio Neves; e o diretor de Agricultura e Meio Ambiente de Bebedouro, Weder Piffer; além de prefeitos e vereadores de São Paulo e da Bahia, demonstraram apoio à proposta de securitização dos custeios agrícolas.

O presidente da Associtrus, Flávio Viegas, está satisfeito com o encontro. “Conseguimos unir forças e demos um passo importante com a assinatura de uma proposta que será encaminhada aos ministérios da Agricultura, da Fazenda e do Planejamento. Precisamos fazer com que o governo se posicione quanto ao endividamento do setor, porque, caso contrário, muitos produtores não terão mais condições de continuar na atividade”.

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Fonte: Iha Comunicação

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