Seab alerta produtores de citrus quanto à doenças
Segundo o engenheiro agrônomo José Croce Filho, da área de sanidade de citricultura da Seab, o cancro cítrico no Estado é endêmico, ou seja, está espalhado pela região e, por isso, os cuidados precisam ser contínuos. Croce ressalta, inclusive, que a produção de citrus no Paraná tem sido possível por conta da tecnologia que envolve o setor e os cuidados que os produtores têm aplicado à lavoura. "A doença está presente, mas a muda não sai do viveiro contaminada", reforça o agrônomo.
A exigência, por sua vez, para que os produtores só plantem mudas autorizadas pela Seab é que pelo fato da doença estar presente no Paraná nem todas as variedades podem ser produzidas aqui, somente as resistentes à doença. "Se o produtor seguir as nossas orientações não correrá riscos", pontua Croce, afirmando que o produtor paranaense é bastante consciente nesse sentido. É possível conviver bem com a doença, acrescenta, pois além da tecnologia embutida nas sementes, também pode ser aplicado na lavoura a pulverização à base de cobre e o plantio de quebra-vento.
Quanto à vigilância nas fronteiras do Estado, o agrônomo destaca que há dois anos a secretaria mantém uma fiscalização bastante eficiente, que funciona 24 horas por dia. E ressalta que só entram no Estado materiais que apresentem toda a documentação necessária, incluindo nota fiscal de compra autorizada pela Seab.
Para Croce, a "fiscalização"precisa ser um trabalho conjunto da secretaria com o setor produtivo, pois além de questões sanitárias está em jogo a comercialização do produto, principalmente para o mercado externo. "O produtor precisa estar consciente de que precisa buscar constantemente o controle da doença, para habilitar o fruto para o comércio", frisa.
Os casos de cancro cítrico em Limeira (SP) foram divulgados pela imprensa essa semana, depois da confirmação da Secretaria de Agricultura de São Paulo. Uma auditoria realizada em um viveiro apontou a suspeita de cancro em porta-enxerto - planta cítrica utilizada na parte inferior do enxerto. Após a confirmação, no dia 25 de maio, 170 mil porta-enxertos foram destruídos. O viveiro segue em quarentena por dois meses para avaliar se houve a transmissão da doença para mudas.
Greening
Apesar desse caso de cancro no estado de São Paulo, a maior preocupação do Paraná no momento é com o greening. Segundo Croce a doença se alastra com muita rapidez, por isso a necessidade de vigilância por parte do produtor. O agente vetor da doença é um inseto. Se contaminado, ao picar uma árvore sadia ele ataca o floema da planta e impede a passagem da seiva. O principal reflexo é a queda na produção. Conforme o agrônomo, 54 municípios já têm a doença no Paraná. Apesar disso, o índice de infecção nas propriedades é mais baixo. Ele diz que o produtor está consciente do problema e tem apresentado os relatórios sobre a lavoura, que indicam se há a doença, exigidos pela secretaria. Quem não entrega o levantamento é autuado.