Se agenda estratégica prevalecer, citricultura só tem a ganhar

Publicado em 31/08/2010 08:58
Por Maurício Mendes, CEO da AgraFNP, consultor do Grupo de Consultores em Citros e presidente da ABMR&A.
Há 26 câmaras setoriais e seis temáticas abrigadas no Ministério da Agricultura.

As câmaras setoriais têm como objetivos principais "encaminhar e acompanhar o atendimento das demandas dos setores associados ao agronegócio brasileiro" e "promover o intercâmbio de informações entre as câmaras setoriais e as câmaras temáticas".

A câmara da citricultura é uma das setoriais. É dirigida por Marco Antonio dos Santos, citricultor paulista e dirigente da Faesp.

Citricultores, indústria, entidades de pesquisa, secretarias de Agricultura de Estados produtores de citros, viveiristas e consultores também estão representados.

Discute-se na câmara tudo aquilo que é de interesse do setor: das questões sanitárias à importação de frutas; da relação entre produtores e indústria ao endividamento agrícola. A ideia é que os temas sejam debatidos em um ambiente multilateral e depois endereçados às entidades competentes.

O Mapa indica os caminhos pelos quais as solicitações devem ser dirigidas, facilitando a tramitação e respaldando as reivindicações.

As questões muitas vezes são pontuais, como uma advertência à não importação de frutos de países que apresentem doenças não existentes no Brasil, ou a indicação da necessidade de se criar uma instrução normativa para o "greening".

Entretanto, os setores careciam de uma organização maior, uma identificação mais objetiva das ações conjunturais, questões mais pontuais, que pedem resolução mais rápida e de outras mais estratégicas de atendimento de longo prazo.

Pensando nisso, a coordenação dos comitês, dirigida por Aguinaldo José de Lima, propôs que se criassem grupos de trabalho nas câmaras setoriais para a formulação de agendas estratégicas.

No caso da câmara da citricultura, os trabalhos estratégicos do grupo iniciaram-se há cerca de um ano e devem chegar ao seu documento final nos próximos meses.

São 12 grandes temas que foram eleitos: estatística, que envolve levantamento de safras e de todas as informações sobre o parque citrícola, agrícola e industrial; PD&I (pesquisa, desenvolvimento e inovação); capacitação e extensão; defesa agrícola, com plano de combate ao "greening", convênios de Estados com a Federação, criação de centro quarentenário etc.; marketing e promoção; gestão de qualidade; crédito; seguro; governança da cadeia produtiva; legislação; comercialização e, finalmente, frutas frescas.

O grupo definirá agora as formas e coordenação das ações, além de fixar prazos para elas acontecerem. No momento em que a citricultura passa por turbulência, já que há problemas na oferta de laranjas e no consumo de suco, um trabalho de cunho estratégico e concebido por todos os segmentos vem em boa hora.

É preciso, no entanto, que as intenções celebradas nas mesas de reuniões sejam de fato executadas. Há que se conferir se quem vai vencer será o altruísmo setorial ou a miopia unilateral.

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Fonte:
Folha de São Paulo

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