Governo de SP oferece seguro aos citricultores

Publicado em 09/09/2010 14:31
Muitos agricultores justificam que não têm como arcar com o prejuízo de erradicar os pés contaminados pelo amarelão

O amarelão, uma doença que ataca os pomares de laranja, avança a cada dia em São Paulo. Muitos agricultores justificam que não têm como arcar com o prejuízo de erradicar os pés contaminados. Um seguro pago pelo governo do Estado pode facilitar as coisas.

 

O agricultor Jorge Luiz Ferreira Idalgo tem um sítio de 15 hectares em Barretos, no norte do Estado de São Paulo, e uma plantação de 2.300 pés de laranja. Mas o avanço do amarelão, ou greening, como é conhecido em inglês, está preocupando o produtor. As frutas nascem deformadas e não se desenvolvem. A única forma de combater a doença é arrancar a árvore. “Eu já venho erradicando há algum tempo. Agora, esses dias, próximos à semana passada, erradiquei 35 árvores”, diz.

 

Um levantamento feito pelo Fundecitrus, Fundo de Defesa da Citricultura, aponta que 38% dos pomares paulistas estão contaminados. Na região de Barretos, houve um aumento de 15% só esse ano, em comparação com o ano passado. Segundo o diretor do escritório de defesa agropecuária da cidade, o principal motivo foi o baixo preço pago pela caixa de laranja nas indústrias nos últimos anos. Isso fez com que os citricultores deixassem de intensificar o manejo para o controle da doença.

 

Mas a criação de um seguro está motivando os produtores a combater a doença. “Um estímulo de que vai receber por essas plantas foi erradicado. A gente acha que, no futuro, o alto produtor, ao entender a situação, ele vai se motivar, vai inspecionar o lugar e vai fazer o relatório, que é o objetivo da Secretaria da Agricultura”, diz Paulo Fernando de Brito, diretor da Defesa Agropecuária de Barretos.

 

Muitos produtores resistiam em arrancar dos pomares árvores doentes como essa, com medo do prejuízo ser muito alto. Mas agora, com o seguro custeado pelo Estado, eles vão ter a a garantia de, pelo menos, conseguir plantar outra no lugar. Para cada pé de laranja arrancado, o produtor vai receber R$ 4 da seguradora, uma esperança para a pequena produção do seu Osmar.

 

Este ano, parte do pomar já apresentou sinais da doença. Para ele, arrancar o pé e custear o replantio do próprio bolso é inviável. “O custo já é alto para a gente já estar produzindo e você erradicar uma planta sem nada, ainda... então, o seguro vem para ajudar bastante a gente”, afirma o agricultor Osmar Camargo.

 

O seguro é bancado pela Secretaria de Agricultura de São Paulo e cobre propriedades com até 20 mil plantas. Cerca de 19 mil produtores devem ser beneficiados com a medida. O seguro cobre também as plantas contaminadas com o cancro cítrico, mas o valor da indenização é outro.

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Fonte:
Globo Rural

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