Lácteos do Paraná esboçam reação nos primeiros meses de 2022

Publicado em 23/02/2022 14:27

Após quedas contínuas registradas no segundo semestre de 2021, o setor de lácteos do Paraná começou a apresentar indícios de recuperação nos dois primeiros meses deste ano. Na parcial de fevereiro aferida pelo Conselho Paritário Produtores-Indústrias de Leite do Paraná (Conseleite-PR), a alta foi generalizada: de 14 produtos, apenas um teve queda significativa. O colegiado aprovou o valor de referência projetado de R$ 1,8476 para o litro de leite padrão entregue em fevereiro a ser pago em março: alta de 3,71% em relação à projeção anterior.

Considerado o “termômetro” do comportamento do mercado, o leite spot foi o que mais ganhou preço na parcial de fevereiro, subindo 6,3%. O muçarela – produto que responde a quase 46% do mix de comercialização de lácteos no Paraná – teve alta de 4,4%, contribuindo para a recuperação do setor. O leite UHT e o queijo prato, que também estão entre os itens mais comercializados, também tiveram variação positiva de 2,8% e 3,2%, respectivamente.

Na cesta de comercialização, o destaque foi o UHT, que ganhou espaço, chegando a responder por 28,2% do mix. Ainda assim, o muçarela permanece como principal produto, correspondendo a 45,9% do total de lácteos comercializado pelas indústrias do Estado. Um dos responsáveis pelo levantamento, o professor José Roberto Canziani, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), ressalta que a tendência é de que o mercado siga aquecido ao longo dos próximos meses.

“Historicamente, estamos em um período em que a produção é menor. A menor oferta deve dar sustentação aos preços. Eu ouso dizer que esse movimento de alta de permanecer pelo menos durante este semestre”, disse Canziani. “Não temos nenhum derivado em tendência de baixa. O avião, que tinha pousado no fim do ano passado, decolou”, acrescentou.

Vice-presidente do Conseleite e representante da FAEP no colegiado, Ronei Volpi, ressalva, no entanto, que a tendência é de que os custos de produção da atividade continuem a pressionar os produtores. “Continuamos em um momento que pede muita cautela. Os preços dos grãos seguem em alta no mercado internacional. De outro lado, temos uma série de incertezas que também demandam que tenhamos pé no chão”, disse.

Fonte: CNA/Senar

NOTÍCIAS RELACIONADAS

CNA alerta para crise no setor leiteiro e defende medidas antidumping
11º Prêmio Sindilat de Jornalismo divulga finalistas
Preço do leite ao produtor perde a referência dos R$2 por litro e aperta margem no campo
Programa Bônus Mais Leite: oportunidade para fortalecer a produção leiteira
Projeto de Zé Silva protege produtores e combate distorções no mercado do leite
Mato Grosso aposta em tecnologia e tradição para crescer na produção de leite