Leite/Cepea: Competição por matéria-prima faz mercado alterar a tendência, e preço sobe em janeiro
Depois de registrar quedas ao longo do último trimestre de 2024, o preço do leite ao produtor voltou a subir neste começo de 2025. Pesquisa do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, mostra que o preço do leite captado em janeiro fechou a R$ 2,6492/litro (“Média Brasil”), elevações de 2,5% em relação ao mês anterior e de 18,7% frente a janeiro/24, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de janeiro).
Com a produção perdendo força e a demanda firme, indústrias intensificaram a competição pela compra de matéria-prima, o que levou a reajustes nos preços negociados com produtores em janeiro. A expectativa do setor é de que o movimento de alta continue nos próximos meses, à medida que a entressafra se aproxima no Sul, no Sudeste e Centro-Oeste.
O crescimento da oferta deu sinais de enfraquecimento ainda em dezembro/24, indicando aos agentes do setor que o mercado poderia virar antes do que sazonalmente acontece. Naquele momento, a oferta de leite vinha crescente em algumas regiões, mas, em outras, a captação diminuiu devido ao clima adverso (seca e calor intenso). Além disso, a produção também pode ter sido negativamente impactada pelo aumento dos custos de produção e pela retração da margem do produtor no último trimestre de 2024. De dezembro/24 para janeiro/25, o Índice de Captação de Leite (ICAP-L) teve leve queda de 0,7%, decorrente dos recuos em Goiás, Paraná, Minas Gerais e Bahia.
Ao mesmo tempo, agentes consultados pelo Cepea relataram que a demanda por lácteos na ponta final da cadeia se aqueceu em janeiro, possibilitando ligeira recuperação das cotações no atacado. Segundo pesquisas do Cepea, o preço do queijo muçarela negociado entre indústrias e canais de distribuição no estado de São Paulo subiu 1,82%, com média de R$ 33,09/kg em janeiro. Para o leite em pó (400g), a variação foi positiva em 0,97%, com a média passando para R$ 31,58/kg. A cotação do leite UHT, por sua vez, ficou praticamente estável (+0,02%), a R$ 4,27/litro.
Agentes de mercado também atrelaram a sustentação dos preços dos lácteos ao menor volume importado em dezembro/24 e durante as primeiras semanas de janeiro/25. Ainda assim, no total mensal, as importações de lácteos voltaram a subir quase 4% em janeiro, enquanto as exportações caíram 14% em relação às do mês anterior, segundo dados da Secex.


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