Aprosoja pede ao STF decisão sobre frete e acelera debate sobre construção da Ferrogrãos

Publicado em 12/09/2018 18:11

A Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil) encaminhará ao ministro Dias Toffoli, que assume a presidência do Supremo Tribunal Federal (STF) na próxima terça-feira (18/9), um pedido para que o STF decida com celeridade sobre as Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADI) que questionam a legalidade do tabelamento do frete, cujo relator é o ministro Luiz Fux. A pauta foi debatida por dirigentes da entidade e da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja MT), em Brasília, nesta quarta-feira (12/9).

Atualmente, além das transações futuras de soja estarem paralisadas em decorrência do impasse envolvendo o transporte de cargas, as margens do produtor serão perdidas com a elevação do custo do frete. Segundo cálculos do Rabobank, o tabelamento reduzirá em 10% a rentabilidade dos produtores.

“Vamos pedir ao Supremo que exerça o papel dele. Quem tem de dizer se o tabelamento é constitucional ou não é o Supremo, não é o Governo nem o Congresso”, afirmou o vice-presidente da Aprosoja MT, Fernando Cadore.

Em agosto a Aprosoja Brasil protocolou pedido para participar na condição de amicus curiae na ADI nº 5959/DF protocolada pela Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) que questiona o tabelamento de preços do transporte rodoviário de cargas (Lei nº 13.703/2018). A lei é objeto de outras duas ações ajuizadas também pela Associação do Transporte Rodoviário de Carga do Brasil (ATR Brasil) e pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Investimento privado

O estabelecimento da tabela para o transporte de cargas e a decisão da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) de cobrar multas das empresas que contratarem frete abaixo do preço mínimo levou a diretoria da Aprosoja MT a buscar soluções para reduzir o custo para o escoamento da produção de grãos no estado.

Neste sentido, ganha força no maior estado produtor de grãos do país a proposta para a realização de investimentos feitos pelos próprios produtores para a construção da ferrovia Ferrogrãos, que ligará Sinop (MT) até o Porto de Miritituba (PA), e reduziria os custos com transporte de grãos pelo arco norte do país. O tema foi apresentado nesta quarta-feira (12/9) ao ministro da Agricultura Blairo Maggi, que demonstrou apoio à iniciativa.

O encontro ocorre um dia após o presidente da Aprosoja MT, Antônio Galvan, ter se reunido com produtores rurais dos municípios de Nova Mutum, Lucas do Rio Verde, Sorriso, Sinop e Campo Novo do Parecis para explicar detalhes da proposta.

“A ideia é que os produtores rurais de Mato Grosso tirem a Ferrogrão do papel. Os agricultores ganhariam com a valorização da terra, o menor custo de transporte e os lucros com a operação da ferrovia, já que seriam sócios. A tabela do frete trouxe um problema seríssimo para o produtor. O custo para o transporte de milho da região de Sinop e Sorriso para o nordeste vai todo com frete. Isso inviabiliza a nossa produção. Estamos também diante de um impasse em relação às negociações futuras de soja. Não se sabe onde vai ser travado o preço para o ano que vem”, salientou.

Qualidade das sementes

Durante o encontro com Blairo Maggi também foi debatida a necessidade de alteração da Instrução Normativa (IN 45/2013) que trata da qualidade das sementes. A Aprosoja apresentará ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento uma minuta para alteração do texto. A atualização da norma recebeu o aval do ministro.

“O setor vai discutir uma nova normatização para melhorar os níveis mínimos de germinação para, pelo menos, 90% e instituir um percentual mínimo de vigor compatível com as perdas de produtividade. Hoje o vigor não está contemplado nas normativas para qualidade de sementes”, frisou Fernando Cadore.

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Fonte:
Aprosoja Brasil

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1 comentário

  • Gustavo São Luis - MA

    A ampliação da Ferrovia Carajás de Parauapebas até São Félix do Xingu ampliaria o potencial de exportações de grãos em 80% do Complexo Portuário de São Luís. Receberia a produção do Pará,Mato Grosso e Mato Grosso do Sul que em linha reta a distância entre Parauapebas e São Félix do Xingu é de 239 km.

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