Fretebras aponta aumento de 35% no volume de fretes do agro no primeiro trimestre de 2022

Publicado em 31/05/2022 13:01
Busca por competitividade e controle de custos fez o agro aumentar aposta na contratação de caminhoneiros de forma digital . Relatório aponta que setor movimentou R$ 6,7 bilhões em fretes rodoviários, por meio da plataforma, nos primeiros três meses deste ano.

A Fretebras, maior plataforma online de transporte de cargas da América do Sul, acaba de lançar a 7ª edição do “Relatório Fretebras – O Transporte Rodoviário de Cargas”, com base na análise de 2,2 milhões de fretes publicados no primeiro trimestre deste ano. De acordo com o estudo, os fretes do agronegócio aumentaram 35,2% em relação aos primeiros três meses de 2021, o que demonstra que o setor está cada vez mais digitalizado no que diz respeito ao transporte dos grãos e insumos agrícolas. 

O relatório revela que 37% das cargas registradas na plataforma da Fretebras entre janeiro e março vieram do agronegócio, que movimentou cerca de R$ 6,7 bilhões em fretes no período. Os estados que concentraram a maior parte das viagens para atender o segmento foram Rio Grande do Sul (15,7%), Mato Grosso (12,4%) e São Paulo (11,9%). Os produtos mais transportados foram fertilizantes (23%), soja (13%) e milho (13%). 

“O que temos notado é que o agronegócio está cada vez mais digitalizado, com as transportadoras e os caminhoneiros autônomos utilizando plataformas online para realizar os fretes. Por conta disso, a gente consegue monitorar melhor as movimentações e ajudá-los com um transporte mais seguro e eficiente”, destaca Bruno Hacad, diretor de Operações da Fretebras. 

Rio Grande do Sul puxa o avanço nas rotas mais digitalizadas

A plataforma da Fretebras consegue identificar uma série de movimentos que são uma verdadeira representação do transporte rodoviário de cargas. Pela primeira vez, o estudo buscou entender quais são as rotas que estão mais digitalizadas, ou seja, onde os transportadores têm olhado com mais frequência para a busca de caminhoneiros autônomos para o transporte de suas cargas.

“O grande fator que está por trás da digitalização das rotas é a pressão da inflação sobre os custos do transporte, puxada principalmente pela alta do diesel. O mercado tem notado que a contratação de autônomos usando aplicativos de frete, como o nosso, tem gerado economias de 20 a 30% quando comparado com frota própria. Por isso, grandes setores como o agro apostam neste tipo de solução”, reforça Hacad.  

No agronegócio, a rota com mais movimentações de cargas por meio da plataforma da Fretebras no 1° trimestre de 2022 foi entre São Borja-RS e Rio Grande-RS, com 1.453 fretes, e o principal produto transportado foi o trigo. Em seguida aparecem os fretes entre Primavera do Leste-MT e Rondonópolis-MT, com 1.196. Também se destacam as rotas entre Tupanciretã-RS e Rio Grande-RS (1.107), São Luiz Gonzaga-RS e Rio Grande-RS (925) e Santa Rosa-RS e Rio Grande-RS (904).

Guerra da Ucrânia começa a mudar as importações e exportações do agro brasileiro

De acordo com a Associação Brasileira de Transportes Aquaviários (ANTAQ), entre janeiro e fevereiro deste ano, foram movimentadas mais de 179 milhões de toneladas de cargas pelos portos do Brasil, o que refletiu diretamente no transporte das cargas pelas nossas estradas. Para entender esse impacto, o relatório da Fretebras analisou a movimentação de fretes nos portos de Paranaguá-PR, Rio Grande-RS e Santos-SP, que juntos representam cerca de um quarto de toda a carga que entra e sai do Brasil.

O Paraná sempre foi o estado mais representativo no transporte de fertilizante, justamente pelo alto volume de importações realizadas pelo porto de Paranaguá. Porém, a representatividade do estado caiu 9,7 pontos percentuais (de 28,9% para 19,2%) no primeiro bimestre de 2022 na plataforma da Fretebras. Este fato curioso fez com que, nesta edição do Relatório, a startup aprofundasse as análises e identificasse uma nova força nos transportes de fertilizantes: Minas Gerais. O estado mineiro, por deter uma das três principais jazidas de potássio do Brasil e ter inaugurado uma nova fábrica de fertilizantes, registrou, no período, aumento de 6 p.p. na sua representatividade dos fretes de fertilizante na plataforma, chegando ao mesmo patamar do Paraná (19%). O crescimento no volume de fretes do produto foi de 63,2%, no 1º bimestre. 

Já no caso das exportações, a soja e o trigo tiveram destaque. A alta do dólar e o aumento do preço das commodities no exterior fazem com que a exportação da soja seja muito atraente e uma possível via para compensar a quebra da safra no início do ano, por conta dos impactos do clima na produção. A oleaginosa foi o principal item escoado pelo porto paranaense e registrou um aumento de 130% no volume de fretes, na plataforma da Fretebras. No porto santista, o aumento foi de 182% no período, em comparação com o ano anterior. 

Sobre o trigo, a redução das safras dos EUA, Rússia e Canadá, seguidas da guerra entre Rússia e Ucrânia, fizeram com que o preço da commodity aumentasse, tornando a exportação como caminho mais atrativo para o produtor. Com isso, entre janeiro e fevereiro deste ano, os embarques de trigo cresceram 184%, um recorde para o período, e a receita com as exportações aumentou quase 300%. Na plataforma da Fretebras, o trigo se destacou no porto de Rio Grande, com um aumento incrível de 11.289%, totalizando 18.627 fretes no primeiro bimestre de 2022. 

“Esta edição do Relatório Fretebras identificou uma nova dinâmica que seguramente impactará o agronegócio brasilerio: a distribuição dos fertilizantes. Movimentos que começaram no ano passado e que se intensificam com a guerra da Ucrânia, mostram que o País está buscando a autossuficiência, além de outros parceiros comerciais além da Rússia. Outro destaque importante, foi a produção e exportação do trigo. Com o cenário da guerra, o preço da commodity aumentou exatamente depois de uma produção recorde no passado, fazendo com que a exportação fosse mais atrativa”, declara o diretor de Operações da Fretebras.

Metodologia

Os dados que compõem a 7ª edição do “Relatório Fretebras – O Transporte Rodoviário de Cargas” têm base no fluxo de dados da Fretebras. Com mais de 695 mil caminhoneiros cadastrados e 18 mil empresas assinantes, os fretes publicados na plataforma cobrem 95% do território nacional. Os dados do estudo especificamente para as movimentações portuárias foram feitos considerando o primeiro bimestre de 2022, já que eles são comparados com informações da ANTAQ, que até o momento do fechamento do relatório não havia publicado os dados de março.

Fonte: Assessoria de Comunicação

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