Chuva dificulta escoamento da safra em GO e deixa propriedades isoladas em MS

Publicado em 25/01/2010 10:59
Agricultores do sudoeste de Goiás estão enfrentando dificuldade para escoar a safra de grãos. Na região, boa parte das estradas é de terra e, com o excesso de chuva, o trânsito de caminhões fica complicado.

Na GO-333, que liga o município de Rio Verde à Paraúna, no sudoeste goiano, são 93 quilômetros usados por caminhoneiros e produtores rurais para escoar a lavoura. Os primeiros 14 quilômetros da rodovia estão asfaltados, mas a única sinalização que há são placas que indicam obras no trecho ainda não pavimentado e a presença de homens trabalhando.

Mas trabalhando mesmo, só foi encontrado o caminhoneiro Alcione Ribeiro, que parou para consertar o caminhão quebrado. "Estoura o pneu, quebra o diferencial e outras coisas. Eu estou há mais de 12 horas interditado e querendo passar, sem janta, sem nada, sem assistência nenhuma", reclamou.

Próximo dali formou-se uma fila de caminhões que não conseguiram seguir viagem.

O caminhoneiro Erodilson Vitor Ribeiro iria buscar uma carga de soja, mas a viagem teve que ser interrompida. "A estrada está muito lisa porque eles tiraram o cascalho que tinha para asfaltar. Só que piorou porque eles deixaram sem cascalho. Ficou só na terra vermelha. O caminhão não tem aderência e não para na pista. Então, tem que parar, esperar a hora que secar e depois tentar sair", falou.

Para tentar evitar os transtornos, alguns motoristas usam desvios que muitas vezes são feitos pelos próprios agricultores. Mas a situação da maior parte deles está ainda pior.

"Está em péssimo estado e resolve temporariamente. No momento de um trânsito muito grande com as cargas pesadas fica horrível”, explicou o agrônomo Rodrigo Leão.

O seu Lázaro José de Almeida Planta Soja. Ele reclama que o frete tem ficado mais caro por causa da situação das estradas. "Quando o caminhoneiro fala que é na GO- 333, ele fala que o preço do frete é diferenciado. O custo do frete chega até a R$ 0,70 para mais. Se a estrada tivesse boa, nós estaríamos pagando R$ 0,70 a menos no frete", avaliou.

Mas não são apenas os produtores de grãos que sofrem com as condições da estrada. Na fazenda, por exemplo, que fica às margens da rodovia, são criados cerca de oito mil suínos. Segundo o proprietário, os animais já ficaram sem ração porque os caminhões da indústria não conseguiram chegar ao lugar.

Na tentativa de buscar melhorias para a estrada, os produtores da região que cerca a GO-333 fundaram uma associação no ano de 2002. Até agora já são mais de 240 associados. E diante de tantas reivindicações, o que se vê como resposta são as máquinas paradas.

Segundo A agência de Transporte e Obras Públicas de Goiás, ainda esta semana três frentes de trabalho vão atuar na rodovia GO-333: uma na região de Rio Verde, outra no meio do trecho e uma terceira no município de Paraúna.

A chuva também causa problemas nas estradas do sul de Mato Grosso no Sul. No município de Jateí, várias propriedades estão isoladas.

Quarenta por cento das estradas que dão acesso à cidade foram danificadas. A força da água levou trechos da pista rompendo as tubulações. Mas mesmo com a precariedade das estradas, produtores rurais e caminhoneiros ainda se arriscam.

“Cada vez que chove tem que se arriscar de tudo quanto é jeito. Tem levar a ração para os animais”, explicou Alcino Ferreira, caminhoneiro.

Até agora, doze fazendas estão ilhadas e o tráfego pela rodovia estadual 478 está impedido. Com a infraestrutura comprometida, agricultores não estão conseguindo escoar a produção.

“Os pequenos produtores, que tiram o leite para entregar, não tem como os caminhões passarem para recolher a produção”, falou Valmir de Matos, Secretário Municipal de Infraestrutura.
Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Tags:
Fonte:
Globo Rural

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário