Falta logística de distribuição para escoar produtos no CE
Segundo Garcia, a parte que é destinada à comercialização é enviada para o mercado da Capital e, atualmente, um grupo de 20 produtores da região realiza, quinzenalmente, a primeira feira de produtos agroecológicos de Fortaleza, dado que eles exploram a terra dentro do sistema de agrofloresta sustentável.
Apesar de já estar na atividade há pelo menos 15 anos, a maior dificuldade que ainda enfrenta é a logística de distribuição. "O atravessador é a única oportunidade. O ideal é que fosse uma relação mais justa", pontua o agricultor, acrescentando ainda que falta articulação dos pequenos produtores para atender o grande varejo.
"Uma alternativa tem sido a Base de Serviços de Comercialização dos Produtos da Agricultura Familiar, um incentivo do governo federal, por meio do Ministério do Desenvolvimento Agrário, com o apoio do governo do Ceará, que intermedeia a relação entre quem produz e quem quer comprar", acrescenta Garcia. "Porém, pela falta de recursos, não podendo adquirir caminhões para fazer as entregas, acaba fazendo com que, mais uma vez, a gente caia nas mãos dos atravessadores. Além disso, as linhas de financiamento ainda são de difícil acesso", emenda Garcia. Um outro incentivo, aponta o agricultor, são as compras diretas que as prefeituras fazem dos agricultores familiares. "Já existem recursos nas prefeituras para isso, cujo volume do que é consumido é definido em 30%", finaliza.