Ferrovias precisam de R$ 40 bilhões em recursos

Publicado em 20/05/2010 09:15
O Brasil precisa de investimentos de R$ 40 bilhões para atender à demanda de carga ferroviária prevista para os próximos anos, segundo estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Caso contrário, as exportações brasileiras poderão ficar comprometidas, de acordo com o técnico de Planejamento e Pesquisa do Ipea Fabiano Pompermayer. Ele também alerta para a necessidade de melhoria nos portos nacionais.

"O País pode ter suas exportações comprometidas, caso não sejam implementadas obras ferroviárias. Para atender a essa demanda serão necessários, no mínimo, investimentos de R$ 40 bilhões e uma extensão de cerca de 10 mil quilômetros em relação à malha atual", disse Pompermayer, ontem, durante a divulgação do estudo Transporte Ferroviário de Cargas no Brasil: Gargalos e Perspectivas para o Desenvolvimento Econômico e Regional. "Consideramos ainda como desejáveis outros R$ 59,4 bilhões para obras que não estão entre as prioritárias."

Entre as prioridades destacadas pelo estudo, boa parte está ligada aos R$ 21 bilhões em investimentos públicos e privados previstos pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para expandir a malha dos atuais 28 mil quilômetros para pelo menos 40 mil quilômetros até 2020.

O pesquisador destaca como prioritárias as obras da Ferrovia Norte-Sul, que vai ligar a região Norte à Centro-Oeste, chegando ao estado de São Paulo. Outro estado que, de acordo com o estudo, carece de investimentos é o Paraná.

O escoamento da produção de grãos do Rio Grande do Sul e Santa Catarina esbarra nas falhas no sistema ferroviário da região. De acordo com Pompermayer, é importante ampliar a capacidade do transporte nos dois estados; "e é fundamental que chegue em portos com boa infraestrutura para evitar maiores problemas."

Ele aponta os portos do Rio Grande (RS), Paranaguá (PR), Santos (SP) e Itaguaí (RJ) como os que mais carecem de investimentos. "Hoje, o acesso ferroviário para a maioria desses portos já está no limite. A coisa só não estourou ainda porque está se aumentando a fila de navios (aguardando os serviços portuários) e porque parte da produção foi escoada para as rodovias."

Ele citou ainda o caso do porto de Itaguaí. "A ferrovia já chegou ao porto, mas ele ainda não tem estrutura suficiente para dar conta dos grãos que chegam lá para serem exportados", afirma Pompermayer.

De acordo com o coordenador de Infraestrutura Econômica, Carlos Campos, o comércio internacional cresceu, em valores, 130% entre 2003 e 2008. Os portos só não estrangularam por conta do investimento privado em novos equipamentos, como contêineres, transtêineres e guindastes para os terminais.

"Na verdade, o que foi melhorado foram as operações portuárias. Mas isso tem um limite e ele está próximo de ser alcançado", disse. "O próprio setor privado acha que crescendo 5% em três anos os portos terão problemas."

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Fonte:
Jornal do Comércio

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