Anualmente, logística precária impõe perdas bilionárias ao Mato Grosso

Publicado em 14/06/2010 08:23
A cada safra, segundo estudos da Aprosoja, a sojicultura estadual perde R$ 1 bilhão devido à precária logística de escoamento. As cifras deixam de circular e movimentar a economia local. Esse gargalo projeta um cenário em que, em pouco tempo, não haverá mais condições de dar vazão à produção mato-grossense, que tem potencial de ampliar o volume de grãos em até 50% sem a abertura de novas áreas.

"A falta de logística consome a renda agrícola, levando as entidades do segmento a atuar também na busca de soluções para o fim dos gargalos", lembra o vice-presidente da Aprosoja/MT e coordenador da Comissão Mista de Meio Ambiente, Ricardo Arioli.

Para ele, ser o campeão de produção e produtividade não tem garantido renda ao produtor. “O Estado enfrenta sérias dificuldades de infraestrutura, está amparado por uma política de crédito inadequada e também por diretrizes inócuas de seguro rural. Além disso, ainda sofremos grande pressão ambiental", frisa.

Em Mato Grosso, o custo médio do transporte rodoviário é muito alto, a exemplo do ferroviário, que ainda não oferece vantagens aos produtores. "Os preços estão praticamente equiparados", afirma o presidente da Aprosoja/MT, Glauber Silveira, que também defende a implementação do transporte hidroviário como forma de baratear os custos do frete para o produtor mato-grossense. Este sistema de transporte, contudo, é pouco utilizado no Brasil e, muito menos, em Mato Grosso. Para se ter uma idéia, apenas 5% da soja brasileira viaja por hidrovias, enquanto nos Estados Unidos este percentual é de 61%. A relação se inverte quando o meio de transporte focado é o rodoviário: apenas 16% da soja norte-americana é transportada por rodovias, contra 67% da brasileira.

Os gastos com frete consomem 38 sacas de soja, fora outras despesas com insumos, oneradas justamente por conta do escoamento. Se o produtor conseguir economizar cerca de US$ 20 em frete por tonelada de soja escoada, Mato Grosso terá uma circulação de US$ 1 bilhão a cada safra – o que, ao longo de dez anos, resulta em US$ 10 bilhões em circulação. “Além das perdas diretas com o escoamento dos grãos, perdemos também no momento em que os insumos são adquiridos, pois os fretes contabilizam, além da distância, as condições de trafegabilidade”, afirma Silveira.

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Diário de Cuiabá

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