País perde US$ 15 bi/ano por má gestão no transporte de carga

Publicado em 18/06/2010 13:34 e atualizado em 18/06/2010 16:34
A falta de planejamento global e a escolha errada da maneira de transportar cargas custam ao Brasil aproximadamente US$ 15 bilhões por ano. Os gastos seriam menores, segundo o presidente do Instituto de Engenharia do Paraná (IEP), Jaime Sunye Neto, caso uma carga de soja colhida no Mato Grosso, por exemplo, fosse transportada por meio de hidrovia e de ferrovia até o Porto de Paranaguá, no Paraná. Ou a soja dos Estados do Pará e do Maranhão já pudesse ser escoada por portos locais que ainda não estão prontos. Enquanto isto, viajam mais de 2 mil km de caminhão de Parangauá.

Além da escolha errada, há entraves na infraestrutura existente, segundo Sunye Neto, que coordena o fórum Projeto País - Governança e Gestão: Desafios da Infraestrutura e da Engenharia Brasileira, que acontece até esta sexta-feira em Curitiba e no qual estão sendo discutidas as perdas do País por erros de logística.

Os valores divulgados pelo IEP são baseados em levantamentos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e em estudos comparativos com modais de transporte de países de primeiro mundo.

No Brasil, há problemas de eficiência de gestão, questões financeiras, aspectos políticos e falta de profissionais técnicos capacitados. Caso não existisse este conjunto de fatores - ou ele fosse minimizado - o Produto Interno Bruto (PIB) do País cresceria 1% a mais, pelo menos.

"Não é uma questão de querer. Mas acredito que quem esteja nos postos de comando sinta necessidade de colocar em um cargo uma pessoa que não entende nada daquilo. Cada vez se contrata menos técnicos. Somente um em cada sete engenheiros trabalham na área, por exemplo. Os problemas são vistos de maneira parcial", comenta Sunye Neto.

O Brasil utiliza, principalmente, o modal rodoviário. Mas o caminhão não é o vilão de toda a história. Este tipo de veículo pode ser usado para distâncias de até 200 Km para o transporte de cargas. Mas chega a ser utilizado 10 vezes mais do que o máximo ideal, como no caso do transporte da soja do Nordeste para Paranaguá.

"A questão é usar o modal adequado conforme a carga e a distância", afirma o presidente do IEP. "Não é de hoje, por exemplo, que se precisa de uma nova ferrovia até Paranaguá. Aí fica a pergunta: por que não sai. Não saiu nem ferrovia pública, nem privada. Não é uma questão ideológica", considera Sunye Neto.

O evento vai montar uma carta de propostas para os candidatos à presidência da República. As ideias ainda serão discutidas em um congresso nacional da categoria. Haverá a redação final de um plano, que será levado aos presidenciáveis.

O fórum em Curitiba conta com a participação da Congregação Nacional das Entidades Pioneiras da Engenharia (Conepe), Instituto de Engenharia de São Paulo, Clube de Engenharia de Pernambuco, Sociedade de Engenharia do Rio Grande do Sul, Federação Brasileira das Associações de Engenheiros, Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Paraná, Associação Nacional das Empresas de Obras Rodoviárias e Academia Nacional de Engenharia.

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O Dia

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