Bird: Brasil sobe no ranking de logística
Em entrevista, o coautor e um dos idealizadores do ranking elaborado pelo Banco Mundial, o finlandês Lauri Ojala afirma que o governo deve pensar na cadeia logística de forma mais ampla, com um elemento da política econômica.
- A alfândega e agências que atuam nas fronteiras precisam ser mais eficientes e não se concentrar apenas na coleta de impostos.
Eles precisam ser verdadeiros facilitadores do comércio, da logística - explica o catedrático de Logística da Turku School of Economics, que esteve no Rio para o Fórum de Infraestrutura Logística do Brasil, realizado pelo Instituto Ilos.
E é exatamente a questão alfandegária que puxa o Brasil para uma posição mais baixa no ranking.
O país aparece no 82º lugar em relação a trâmites alfandegários, atrás de Uganda (44), República Democrática do Congo (59), Togo (75) e Benin (80).
Nos seis aspectos avaliados no estudo - alfândega, infraestrutura, tempo de chegada ao destino, competência logística, rastreamento e acompanhamento e embarques internacionais - o Brasil está relativamente bem, porque a capacidade operacional e a competência das pessoas do setor melhorou nos últimos anos, explica Ojala. Em 2012, próxima edição do ranking - baseado em questionários respondidos por mais de mil pessoas de 130 países - deve haver nova melhora brasileira, mas muito pequena, pois os primeiros colocados (Alemanha, Cingapura e Suécia) têm padrões elevados.
O estudo indica que uma boa estrutura logística tem mais efeitos comerciais do que a redução de impostos e tarifas, podendo elevar o PIB em 1% e o comércio em 2%. A cadeia logística é cada vez mais importante num país que cresce como o Brasil, mas é preciso agir rápido para equiparar a logística ao crescimento, afirma Ojala.