Agronegócio perde US$ 4 bilhões por erros na logística

Publicado em 18/10/2010 13:42
Perdas da produção na colheita, no transporte e na armazenagem fazem com que o Brasil perca 10% do volume produzido pelo setor primário. A situação nacional também é enfrentada pelo Espírito Santo
A ineficiência logística do agronegócio rouba do Brasil US$ 4 bilhões todos os anos. O dado é da Elizabeth Chagas Consultoria e Assessoria em Comércio Internacional e leva em conta as perdas geradas na colheita, no transporte, na armazenagem e nos segmentos de varejo e consumo.

O cálculo foi feito com base na projeção da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que aponta produção de 147 milhões de toneladas de alimentos para a safra de 2009/2010 e perda de 10% do volume produzido. Com o montante perdido, o Brasil poderia construir quatro portos com 16 berços de atracação ou 20 terminais de fertilizantes iguais ao que já existem no porto de Santos.

“O setor primário capixaba apesar de estar em evolução, também enfrenta problemas logísticos. Ele carece de investimentos estruturantes, contemplando as áreas de transportes, energia elétrica e armazenagem. Também temos necessidade da construção de açudes e barragens”, comenta o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Espírito Santo (Faes), Júlio Rocha.

Segundo Júlio, no quesito transportes, o Estado precisa avançar nos trechos estratégicos do contorno de Vitória, bem como nos perímetros diretamente responsáveis pelo escoamento da produção dos municípios. “Há também demanda por uma ampliação de nossas potencialidades, alcançando o uso racional do transporte intermodal, como forma de baratear os custos de produção”, informa.

Outra queixa do setor primário capixaba é na área de armazenagem da produção. Ainda não foi criado um substitutivo para reparar a perda dos armazéns do Instituto Brasileiro do Café, em Jardim da Penha, construídos com recursos dos cafeicultores. Enquanto aguardam a construção de outro local para estocagem dos alimentos, produtores temem a ameaça de terem que armazenar a produção em estados vizinhos, como Bahia e Minas Gerais. Isso implicaria gastos ainda maiores.

Fonte: Faes

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