Escoamento da safra segue prejudicado em Paranaguá, PR
A população ainda vive os efeitos da chuva dos últimos dias. Em Paranaguá, por exemplo, de sexta-feira até domingo, o volume acumulado foi de 172 milímetros, ou seja, em três dias choveu praticamente o esperado para março inteiro.
Com isso, o escoamento da safra está prejudicado na região, justamente, por causa da queda de pontes e barreiras nas estradas e ferrovias. As cooperativas já não têm mais espaço para armazenar os grãos.
A fila de caminhões passa de 11 quilômetros. Carregados com grãos, eles não conseguem chegar até o Porto de Paranaguá e a solução não deve ser rápida. Duas pontes da BR-277 caíram com as fortes chuvas dos últimos dias e mais duas estão com as estruturas comprometidas.
Se pela rodovia, o acesso está limitado, pelos trilhos está totalmente parado. Em plena safra, pátio vazio sem fila de caminhões, cena rara na estação de embarque da Ferroeste, em Cascavel, no oeste do Paraná.
Apenas um tombador descarrega os grãos e mesmo assim poucas vezes ao dia. O outro está parado. O serviço diminuiu bruscamente desde sexta-feira. As chuvas fortes danificaram 40 pontos da ferrovia entre Curitiba e Paranaguá.
Neste época do ano, a Ferroeste costuma transportar 150 vagões diariamente. Agora, esse número caiu para apenas 30, o que significa R$ 120 a menos por dia, e a carga que tem saído chega somente até Ponta Grossa.
A empresa que faz o transporte de grãos no Paraná tem mil vagões parados. O terminal de embarque do porto seco parou de receber caminhões. Os grãos não saem nem dos armazéns. O problema é que já não há mais espaço para estoque.
A Cooperativa de Cascavel chegou ao limite. O jeito foi deixar a soja no pátio mesmo. “A safra está quase no final e nós temos um descompasso entre a colheita, a exportação e a armazenagem aqui no oeste do Paraná”, disse Dilvo Grolli, presidente da Coopavel.