Vendas de máquinas e equipamentos caem 3,4% em outubro, diz Abimaq
SÃO PAULO, 3 Dez (Reuters) - A indústria brasileira de máquinas e equipamentos desacelerou em outubro, com a receita líquida de vendas recuando 3,4% na comparação com o mesmo período do ano passado, para R$26,2 bilhões, segundo dados divulgados nesta quarta-feira pela associação de fabricantes, Abimaq.
O número reverteu o avanço de setembro, quando as vendas cresceram 11,2%, para R$27,2 bilhões.
No mercado interno, a receita encolheu 4,7% na comparação com outubro de 2024, atingindo R$18,2 bilhões. Segundo a Abimaq, as maiores quedas ocorreram em máquinas para agricultura, componentes e máquinas para construção.
No acumulado do ano, contudo, a receita total cresceu 9,1%. No mercado interno, o avanço nessa métrica foi de 11,4%.
"O desempenho positivo do mercado doméstico continua como o principal suporte da atividade da indústria de máquinas e equipamentos em 2025, mesmo perdendo o ritmo de crescimento em relação ao primeiro semestre, como reflexo da política monetária contracionista", disse a Abimaq.
De acordo com a Abimaq, o ambiente externo teve menor contribuição no desempenho positivo do setor em razão da desaceleração das atividades globais e devido ao impacto negativo das tarifas de 40% impostas pelos Estados Unidos aos produtos brasileiros.
As exportações atingiram US$1,484 bilhão em outubro, o que representa um aumento de 7,2% em relação a outubro de 2024 e de 12% na comparação com setembro. O avanço foi impulsionado pelo aumento do volume físico exportado (+3,3%) e pela expansão das vendas para outros destinos, compensando a desaceleração no mercado norte-americano.
As importações somaram US$2,9 bilhões em outubro, com aumento de 4,7% frente a outubro de 2024. No acumulado de 2025, os embarques somaram US$26,9 bilhões, maior patamar da série histórica iniciada em 1999, representando um aumento de 8,5% em relação a 2024.
O nível de utilização da capacidade instalada atingiu 79,2% em outubro, mesmo resultado do mês de setembro, mas 3,7% acima do patamar observado no mesmo mês de 2024.
A carteira de pedidos registrou a oitava queda interanual consecutiva, atingindo 9 semanas para atendimento em outubro de 2025.
(Por Igor Sodré)