Parar desmate até 2020 custa de US$ 6,5 bi a 18 bi
Publicado em 04/12/2009 07:11
Segundo cientista, dinheiro poderia ser levantado por mecanismo global para compensar países pobres que preservam florestas
O investimento necessário para zerar o desmatamento na Amazônia brasileira até 2020 é de US$ 6,5 bilhões a US$ 18 bilhões, indica uma estimativa de cientistas brasileiros e americanos. Em estudo na edição de hoje da revista "Science", os autores do trabalho defendem que esse custo é relativamente barato e permitirá eliminar de 2% a 5% das emissões globais de gases do efeito estufa.
Liderados por Daniel Nepstad, do Centro de Pesquisa de Woods Hole (EUA), os pesquisadores simularam investimentos em três diferentes tipos de iniciativa para desestimular o desmate e estimaram o custo da empreitada por Estado.
"Nossos modelos econômicos integram as melhores informações disponíveis sobre solos, estradas e custos de produção para captar a lógica econômica dos condutores do desmatamento", afirma Britaldo Soares-Filho, da Universidade Federal de Minas Gerais, coautor do trabalho.
A lógica do estudo foi calcular os chamados custos de oportunidade -a renda à qual um proprietário de terra renuncia ao deixar de desmatar- em toda a Amazônia brasileira.
Segundo Paulo Moutinho, do Ipam (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia), que também participou do estudo, um custo de US$ 18 bilhões não é tão alto quando se imagina que praticamente todo esse dinheiro poderia vir de um mecanismo de ajuda. É o chamado Redd (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação), ferramenta que deverá estabelecer uma compensação a países pobres que preservam suas florestas. A Noruega, por exemplo, já se dispôs a desembolsar US$ 1 bilhão pela causa.
"Seja o Redd um mecanismo de mercado ou um misto de doações com ações num mercado, ele tem a capacidade de financiar uma parte ou até a totalidade desse objetivo", diz Moutinho. Segundo ele, porém, para conseguir isso, será preciso ampliar os esforços, já que a forte queda na taxa de desmate desde 2005 não se deve só a medidas proativas do governo, mas em grande medida à crise que prejudicou a expansão da agropecuária, que perdeu parte do interesse em abrir terras.
Com a tendência de aumento na demanda por carne e soja nos próximos anos, porém, será preciso resguardar o avanço já conquistado e ampliar ações de preservação. "Existe uma mudança na exigência de consumidores de produtos agrícolas por produtos mais sustentáveis", diz Moutinho. "Temos de aproveitar essa janela de oportunidade criando mecanismos de incentivo e reconhecimento dos produtores que andam na linha e, ao mesmo tempo, apoiar os povos da floresta." (Rafael Garcia)
Liderados por Daniel Nepstad, do Centro de Pesquisa de Woods Hole (EUA), os pesquisadores simularam investimentos em três diferentes tipos de iniciativa para desestimular o desmate e estimaram o custo da empreitada por Estado.
"Nossos modelos econômicos integram as melhores informações disponíveis sobre solos, estradas e custos de produção para captar a lógica econômica dos condutores do desmatamento", afirma Britaldo Soares-Filho, da Universidade Federal de Minas Gerais, coautor do trabalho.
A lógica do estudo foi calcular os chamados custos de oportunidade -a renda à qual um proprietário de terra renuncia ao deixar de desmatar- em toda a Amazônia brasileira.
Segundo Paulo Moutinho, do Ipam (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia), que também participou do estudo, um custo de US$ 18 bilhões não é tão alto quando se imagina que praticamente todo esse dinheiro poderia vir de um mecanismo de ajuda. É o chamado Redd (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação), ferramenta que deverá estabelecer uma compensação a países pobres que preservam suas florestas. A Noruega, por exemplo, já se dispôs a desembolsar US$ 1 bilhão pela causa.
"Seja o Redd um mecanismo de mercado ou um misto de doações com ações num mercado, ele tem a capacidade de financiar uma parte ou até a totalidade desse objetivo", diz Moutinho. Segundo ele, porém, para conseguir isso, será preciso ampliar os esforços, já que a forte queda na taxa de desmate desde 2005 não se deve só a medidas proativas do governo, mas em grande medida à crise que prejudicou a expansão da agropecuária, que perdeu parte do interesse em abrir terras.
Com a tendência de aumento na demanda por carne e soja nos próximos anos, porém, será preciso resguardar o avanço já conquistado e ampliar ações de preservação. "Existe uma mudança na exigência de consumidores de produtos agrícolas por produtos mais sustentáveis", diz Moutinho. "Temos de aproveitar essa janela de oportunidade criando mecanismos de incentivo e reconhecimento dos produtores que andam na linha e, ao mesmo tempo, apoiar os povos da floresta." (Rafael Garcia)
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Fonte:
Folha Online
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