Países em desenvolvimento deixam negociações em Copenhage
O Grupo dos 77 (G-77), que representa países em desenvolvimento e grandes economias emergentes como Brasil, Índia e China, deixou as negociações climáticas das Nações Unidas, em Copenhague, nesta segunda-feira, informou um diplomata brasileiro.
O grupo saiu do principal grupo de discussão acusando as nações industrializadas de tentarem matar o Protocolo de Kyoto, que obriga os países ricos - sem incluir os EUA e os países em desenvolvimento
- a cortar as emissões de gases de efeito estufa, disse uma pessoa com conhecimento das negociações.
As discussões oficiais foram suspensas enquanto uma reunião informal tentava resolver o problema.
Mais cedo, fontes disseram à agência AFP que o movimento de nações em desenvolvimento saindo dos grupos de trabalho da conferência foi iniciado pelos países africanos, que tiveram o suporte do G-77.
Os países se recusaram a continuar com as negociações a não ser que as conversas sobre um segundo período de compromisso com o Protocolo de Kyoto tivessem prioridade sobre discussões mais amplas de uma "visão de longo prazo" para uma ação cooperativa sobre as mudanças climáticas, disseram as fontes da AFP.
O Protocolo de Kyoto não inclui os EUA, que afirmam que o tratado é injusto porque as metas obrigatórias não se aplicam aos gigantes em desenvolvimento que já são grandes emissores de gases de efeito estufa.
"A África puxou o cordão de emergência para evitar uma colisão no final da semana", disse Jeremy Hobbs, diretor-executivo da Oxfam International, referindo-se a um fórum na sexta-feira que terá a presença de cerca de 120 chefes de Estado. "Os países pobres querem ver um resultado que garanta fortes reduções de emissão, mas os países ricos estão tentando adiar as discussões sobre o único mecanismo que temos para isso - o Protocolo de Kyoto."
Uma fonte da AFP acrescentou que o G-77 também estava bloqueando um acordo feito no domingo para que os principais problemas nas negociações climáticas fossem resolvidos informalmente em nível ministerial, em cinco grupos, cada um presidido em conjunto por um país desenvolvido e um em desenvolvimento.
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