Temporal mudou até a geografia da Região Serrana

Publicado em 18/01/2011 13:18

Coordenador de engenharia no resgate às vítimas de Nova Friburgo, o presidente da Empresa de Obras Públicas do Estado do Rio de Janeiro (Emop), Ícaro Moreno Júnior, diz que as chuvas foram tão devastadoras na cidade que mudaram o curso dos rios. “A bacia hidrográfica passou a ser outra, e isso altera também o ecossistema. Vamos ter de refazer o desenho dos rios nos mapas e acrescentar ilhas fluviais que nunca existiram. E não há como voltar ao traçado antigo porque muitos dos sobreviventes foram parar nessas ilhas.”

Na segunda, homens do Exército começaram a sobrevoar as áreas atingidas para fotografar a nova geografia das cidades. As imagens captadas serão depois inseridas em um programa de computador, que cria os mapas a partir desses dados. O Exército espera ter esses mapas impressos em no máximo 48 horas. “Os deslizamentos e as enchentes modificaram muito a geografia das cidades, principalmente nas áreas rurais. Isso traz dificuldade para as tropas se localizarem”, diz o major Rovian Alexandre Janjar.

Moreno afirma que a área mais atingida da cidade foi o Córrego Dantas, às margens da estrada que liga Nova Friburgo a Teresópolis. Ali, um riacho que tinha 4 metros de largura por 2 metros de profundidade passou a ter 100 metros por 8 metros. Ele nega que tenham ocorrido tremores de terra além dos causados pelos deslizamentos, como acreditam alguns moradores da região.

(Com Agência Estado)


Retirada de casas está parada há duas décadas

Uma ação civil pública para remover moradias irregulares de uma área de risco em Teresópolis, no Rio de Janeiro, teve início há cerca de 19 anos – e até hoje não houve conclusão para o processo. O local não foi atingido pela tragédia deste mês, mas a situação ainda preocupa. Em 1992, havia 30 casas irregulares na área da Rua Mato Grosso. Foi quando o Ministério Público Estadual entrou com a ação para tirar as habitações do local. O processo levou nove anos e foi julgado quando a área já tinha 350 casas, estava asfaltada, com água, luz e telefone. Quem conta a história é a promotora Anaiza Helena Malhardes Miranda, da área de Meio Ambiente e Urbanismo.

Outro passo foi entrar com ações de reintegração de posse para cada uma das casas do topo do morro, separadamente. “Isso já tem uns dois anos que foi feito. No total, quase vinte anos depois, não temos nenhuma casa demolida até agora nem área reflorestada (como determinou o Poder Judiciário)”, ressalta a promotora. Ela se sente “enxugando gelo”. “Temos várias situações como essa. O que mostra o descompasso da nossa realidade social, política e judiciária. A burocracia é imensa, não há instrumentos jurídicos ágeis e eficientes e existe uma grande dificuldade orçamentária.”

(Com Agência Estado)

Número de mortos na Região Serrana do Rio chega a 676

Mais corpos foram encontrados em Nova Friburgo e Teresópolis, na Região Serrana do Rio, fazendo subir para 676 o número de vítimas dos deslizamentos de terra e enxurradas provocados pela forte chuva no Estado. A informação foi divulgada na manhã desta terça-feira, 18, pela Polícia Civil fluminense.

O município com maior número de mortos é Nova Friburgo. Até o momento, 319 morreram na cidade. Em Teresópolis, 277 morreram e, em Petrópolis, foram 56 vítimas. Em Sumidouro foram 19 mortes; outras quatro em São José do Vale do Rio Preto e uma em Bom Jardim.

Equipes do Corpo de Bombeiros e da polícia continuam o trabalho de resgate de corpos e socorro as pessoas ilhadas nas cidades da Região Serrana. O número de desalojados e desabrigados na região passa de 13 mil.

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Fonte:
Veja.com.br

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