Milho: Safra recorde no Brasil não deve provocar recuo dos preços

Publicado em 04/07/2012 16:08
Apesar da previsão de recorde de produtividade no Brasil , a safra atual de milho não garante que haja baixa nos preços dos grãos. De acordo com Pedro Arantes,analista de mercado da FAEG (Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás), mesmo com  o alto volume de excedentes do cereal que devem chegar no mercado,há pelo menos três fatores que podem levar a um movimento de alta nos preços.

O primeiro fator que pode causar pressão de alta é influenciado pelas chuvas que continuam a atingir a região produtora do estado do Paraná, onde o milho já começa a perder qualidade e cair ao chão. Segundo  Jurandir Lamb, produtor rural da cidade de Cascavel, os grãos já estão bastante comprometidos e a safra já soma uma perda de 30%. 

Além disso, a seca nos Estados Unidos tem preocupado os compradores de milho, que temem uma alta ainda maior nos preços futuros  caso a estiagem continue ganhando força. “A situação nos Estados Unidos já deu uma impulsionada de R$ 1,50 no milho aqui do Centro Oeste, e deve continuar influenciando muito o mercado”, argumenta Pedro, que acredita que a compra do cereal ainda úmido pelas indústrias, como vem acontecendo no estado do Paraná e também em Goiás e no Mato Grosso, é um sinal da preocupação do mercado com os futuros do cereal. “As indústrias ainda têm estoques razoáveis, mas mesmo assim estão comprando o milho ainda úmido. O mercado está preocupado com o cenário incerto do milho”, diz.

Como outro fator  que pode trazer pressão de alta para o cereal, está a venda antecipado dos grãos. Segundo o analista de mercado da FAEG, tanto Goiás quanto Mato Grosso já teriam vendido em torno de 60% de sua safra antes mesmo da colheita ser finalizada.

Com relação ao mercado interno, Pedro Arantes ainda lembra que o milho não deve sofrer tantas perdas em Goiás e no Mato Grosso, e há a possibilidade de que essas regiões vejam aumento em suas exportações, dependendo de quanto for a quebra na safra do Paraná: “ Para nós do Centro Oeste, pode ser que a demanda de exportação cresça nesse cenário ”, revela.

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Por: Thaís Jorge
Fonte: Notícias Agrícolas

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