Brasil deve superar Estados Unidos como maior exportador de milho

Publicado em 08/03/2013 11:06
O reinado de muitas gerações dos fazendeiros americanos como os maiores exportadores de milho do mundo está prestes a acabar, depois de três anos seguidos de queda nas colheitas que cederam mercado para o Brasil, onde a produção dobrou desde 2005.

O "Chart Of The Day" mostra que o Brasil dobrou as exportações para 24,5 milhões de toneladas até 30 de setembro, enquanto as exportações dos Estados Unidos cairam 38% de 24 milhões de toneladas, o número mais baixo desde 1972, de acordo com um comunicado do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos. O que marca a primeira vez que os Estados Unidos não são número 1 desde 1960, quando a contagem começou.

"O volume total do queda é significante e marca uma mudança fundamental no mercado global", disse Phillip Abbott, economista agrícola na Universidade de Purdue, em West Lafayette, Indiana. Desde que os preços subiram para um então recorde de $8/bushel em 2008, Brasil, Argentina, Rússia, Ucrânia e Cazaquistão impulsionaram a saída e melhoraram a infraestrutura de exportação, de acordo com Abbott. "Não é um mercado que vai inverter rapidamente"

Enquanto muito do deslocamento reflete o declínio de 13% na colheita dos Estados Unidos em 2012, durante a pior seca do país desde 1930, o Brasil vem expandindo muito na agricultura desde a década passada. O país já é o maior plantador de açúcar, café e laranja. A USDA vem prevendo também há um ano que o Brasil pode superar os EUA ainda em 2013 como o maior exportador de soja.

A participação dos Estados Unidos no mercado de milho vem escorregando mesmo quando o país permanecia como o maior exportador, em parte por conta do grande uso do grão para fazer etanol. Os Estados Unidos irão responder por 25% das exportações este ano, o que é bem baixo comparado ao pico de 84% em 1980, enquanto a exportação aumentou na Argentina, Brasil e Ucrânia. A China expandiu o suficiente para reduzir a necessidade de importações, como apontam dados do governo. Antes de 2012, a última vez na qual os EUA detiveram um número menor do que 50% das exportações foi em 1971.

"A queda nas exportações de milho nos Estados Unidos provavelmente vai ser apenas de um ano" porque o governo está prevendo um salto de 35% na produção para um recorde em 2013 e uma queda nos preços, disse Michael Swanson, economista agrônomo senior na Wells Fargo & Co., em Minneapolis. "No fim das contas, os Estados Unidos são melhores produtores de milho que o Brasil e irão recuperar o mercado. Os países com população de classe média ascendente irão querer recomposição dos estoques, especialmente se o milho está $4,25 ou menos na colheita do Centro-Oeste americano este ano".

Tradução: Izadora Pimenta

Tags:

Fonte: Bloomberg

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Com mercado lento, cotações do milho recuam na B3 nesta segunda-feira
Em apenas 15 dias úteis, Brasil já exportou mais milho do que em todo dezembro de 2024
Força de demanda segue mantendo futuros do milho de Chicago em alta nesta segunda-feira
Cotações do milho abrem a segunda-feira no campo positivo da Bolsa de Chicago
Milho/Cepea: Com demanda ainda fraca, preços caem em parte das praças
Futuros do milho recuam em Chicago nesta sexta-feira, mas ainda acumulam ganhos semanais