Área de milho aumentou sete milhões de hectares nos EUA em 10 anos

Publicado em 18/04/2013 09:45 e atualizado em 18/04/2013 11:26
Vice-presidente da Associação de Soja de Illinois disse que apesar do crescimento, há problemas trabalhistas e ambientais que podem estagnar produção
A produção de milho nos Estados Unidos está crescendo ano a ano. Nos últimos dez anos, foram 7,1 milhões de hectares a mais, produzindo na safra do ano passado 274 milhões de toneladas. Já a soja cresce em ritmo bem mais lento, com um aumento de área de 1,1 milhão de hectare entre os anos 2000 e 2012.

“A produção de milho cresceu exponencialmente porque aumentou bastante a demanda por etanol no país”, explicou o vice-presidente da Associação de Soja de Illinois, Bill Raben, em Sapezal. Ele participa do 8º Circuito Aprosoja, que nesta semana visita a região Oeste de Mato Grosso. Segundo Raben, nos Estados Unidos, 35% da área é destinada para a produção de milho, 29% para a soja e 21% para o trigo.

Em sua apresentação, o produtor norte-americano explicou que a produtividade da soja está em ritmo mais lento porque as pesquisas não estão focadas na oleaginosa. “Como preferimos plantar milho, e esta é a nossa cultura mais importante, as pesquisas estão concentradas neste setor”, disse. Na soja, por ano, a produtividade aumenta cerca de 10 quilos por ano por saca.

A pesquisa sempre foi um ponto forte para os produtores dos Estados Unidos se destacarem mundialmente. Porém, com a crise econômica norte-americana que vem se estendendo pelos últimos anos, os investimentos neste setor são mais raros. “A associação de produtores do nosso estado está investindo nas universidades para que elas pesquisem temas que sejam de nosso interesse e, assim, continuemos competitivos”, contou Bill Raben.

Exemplo disso é que os produtores norte-americanos são os pioneiros em utilização de biotecnologia de ponta. “Temos um grande número de empresas privadas de sementes e de biotecnologia que garantem preço. Além disso, existe a proteção nacional da propriedade intelectual, o que nos leva a ter acesso primeiro às novas tecnologias”, explicou.

Raben apresentou como vantagens do mercado norte-americano a boa infraestrutura de transportes, como rodovias, ferrovias e balsas, ressaltando que os produtores cobram do governo a revitalização deste sistema de balsas, que já é quase centenário. Há ainda uma forte indústria de processamento de soja, além do setor doméstico de gado e aves, consumidores de rações. “As associações de produtores veem que o nosso grande consumidor é o setor de rações. Por isso, trabalhamos em conjunto para resolver também os problemas deste setor”, contou o produtor rural.

As legislações trabalhista e ambiental também são preocupantes para os produtores norte-americanos. Em sua maioria, as propriedades rurais dos Estados Unidos são familiares. Bill Raben, por exemplo, produz milho e soja em uma fazenda de 2.500 hectares junto com irmão e suas famílias e eles têm somente um funcionário. Pais, filhos, noras e genros trabalham na propriedade, mas a legislação quer barrar isto. “O governo não quer que as crianças, nossos filhos e netos, ajudem mais na lida da fazenda”, contou. E a agência de regulamentação ambiental, similar ao Ibama, também está estudando meios de diminuir a poeira que sai das colheitadeiras. “Isso nos preocupa”, disse Raben.

As terras agricultáveis no país também estão cada vez mais escassas. “Não temos mais área para expansão. Por isso, as terras são cada vez mais caras, chegando a US$ 30 mil por hectare para compra e US$ 1.250 por hectare para arrendamento”, disse o vice-presidente da ISA.  O pagamento de altos valores em royalties também é considerado uma desvantagem por ele.

Soja - Os novos eventos de biotecnologia prometem aumentar o potencial de rendimento da soja no futuro nos Estados Unidos e, assim, permitir que a soja seja mais competitiva. Segundo Bill Raben, os agricultores estão prestando mais atenção à gestão da soja, o que poderá significar um crescimento mais rápido na produtividade. “A demanda por alimentos e biocombustíveis sustentáveis na Europa e em outros lugares podem beneficiar os Estados Unidos por causa das normas ambientais rígidas”, explicou.

O delegado da Aprosoja em Sapezal, Diego Dal’Maso, ficou satisfeito com o resultado do Circuito Aprosoja no município. “Achei o painel muito interessante, pois podemos perceber que a agricultura é parecida em todos os lugares do mundo. E assim também tomamos um ‘choque de realidade’, porque às vezes achamos que muitas coisas estão piores aqui e nem sempre é a verdade”, finalizou.

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Aprosoja

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