Bancos e corretoras norte-americanas prevêem cortes na estimativa para a área de plantio de milho nos EUA

Publicado em 01/07/2013 12:50 e atualizado em 01/07/2013 13:55

Na última sexta-feira (28) o USDA (Departamento de Agricultura dos EUA) divulgou que a área de plantio de milho atingiu 39,42 milhões de hectares de milho, um aumento de 40,47 mil hectares das intenções iniciais, enquanto investidores esperavam uma área de plantio de 38,57 milhões de hectares, devido ao recorde de chuvas em algumas áreas, que obrigou agricultores a abandonarem algumas áreas ou, pelo menos, mudá-las para culturas semeadas mais tarde, como a soja.

Algumas corretoras e bancos de investimentos como o Allendale, Goldman Sachs e RJ O'Brien advertiram, no entanto, sobre a possibilidade de autoridades agrícolas dos EUA cortarem a previsão para o plantio de milho, em meio a dúvidas sobre a metodologia utilizada na elaboração da estimativa.

O relatório do USDA foi criticado por sua metodologia de incluir plantações concluídas até, no máximo, 15 de junho, durante uma temporada com atraso na semeadura, em que muitos agricultores ainda estavam no meio da atividade de plantio. "Devemos lembrar que os dados para o relatório de sexta-feira foram tomados a partir de uma pesquisa com os produtores no início de junho, em um momento em que eles ainda acreditavam que conseguiriam ter suas lavouras plantadas", diz Paul Georgy, corretor da Allendale.

O analista Jerry Gidel reafirmou que o relatório do USDA para a área de plantio este ano não revelou o impacto total da chuvosa primavera de 2013. O Goldman Sachs também sinalizou que o risco dos agricultores abandonarem o plantio de milho após a pesquisa norte-americana acabou acontecendo.

No entanto, outra teoria para a aparente discrepância do relatório também surgiu, apoiando a ideia de uma semeadura mais elevada. Os produtores podem ter subestimado as intenções de plantio de milho no levantamento inicial do USDA, em março.

"A razão pela qual a área plantada de milho aumentou a partir do relatório de intenções de março, que previu uma área de 39,38 milhões de hectares, é que a atual área de plantio teria sido de mais de 40,6 milhões de hectares, se o clima tivesse sido favorável", afirma Darrell Holaday, da Country Futures.

"Temos conversado sobre o fato de que o USDA não estava pegando o aumento da área plantada em pastagem, que se tornou terra de culturas ao longo dos últimos 2 anos. Eles finalmente começaram a conciliar esses números”, completa Holaday.

O Goldman Sachs também destacou a possibilidade de que a previsão do relatório de março do USDA tenha subestimado verdadeiras intenções de plantio, com a estimativa de 39,42 milhões de hectares, na verdade, refletindo o corte de área plantada contemplada por consenso.

No entanto, o analista do Goldman Sachs, Damien Courvalin, diz que o banco espera que os dados para a área plantada de milho sejam revistos, com a tendência em direção a uma menor área de plantio, mas mostrando amplas plantações de soja, maiores que os 31,44 milhões de hectares indicados no último relatório do USDA.

A corretora de Chicago, RJ O'Brien, elevou a sua previsão para a semeadura de milho em 2013 para 39,11 milhões de hectares, cerca de 303 mil hectares aquém da estimativa do USDA.

Com informações do site Agrimoney. 

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Por: Paula Rocha
Fonte: Notícias Agrícolas

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