Milho: Com foco no clima, preços seguem firmes no mercado brasileiro

Publicado em 25/02/2014 13:15

As preocupações com o clima adverso no Brasil permanecem dando suporte aos preços do milho no mercado interno. Nesta segunda-feira (24), a saca do cereal chegou a ser negociada a R$ 28,00 no Porto de Paranaguá e a R$ 31,00 no Porto de Rio Grande. Em Campinas (SP), nesta terça-feira, a saca do cereal é comercializada a R$ 35,50 e em Cascavel (PR) a R$ 27,50. 

O consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, explica que, as cotações tendem a continuar sustentadas, uma vez que, diante da demanda interna aquecida há dúvidas sobre o tamanho da safrinha de milho. “Cerca de 50% do plantio da segunda safra pode ser feito após o término da janela ideal”, afirma. 

Frente às chuvas excessivas, o município de Sorriso (MT) já decretou estado de emergência. As precipitações têm atrasado a colheita da soja, muitas áreas estão alagadas e, consequentemente, compromete o avanço da semeadura do milho. A situação se repete em outras cidades no Norte do estado.

Contrariamente, no Paraná, a ausência de chuvas tem comprometido a evolução da semeadura da safrinha. Em muitas regiões, a falta de umidade no solo prejudicou o desenvolvimento do grão que foi cultivado. Na região de Campinas (SP), as perdas podem ultrapassar até 50%, conforme indicado pelo Cepea. 

E com as recentes valorizações nos preços da saca do cereal, os produtores têm segurado as vendas à espera de cotações melhores. “Ainda temos pouco milho sendo ofertado e o espaço para baixas nos valores do cereal é pequeno devido aos problemas com o clima”, diz Brandalizze.

Por outro lado, os contratos futuros do milho negociados na BM&F operam do lado negativo da tabela nesta terça-feira. Na visão do consultor, o mercado recua com a pressão sazonal do início da colheita em algumas localidades da região Sudeste. E, após as recentes altas, o mercado realiza lucros. 

Na Bolsa de Chicago (CBOT), as principais posições do cereal também trabalham em baixa. Por volta das 13h00 (horário de Brasília), os contratos exibiam ligeiras baixas entre 1,50 e 2,75 pontos. O vencimento março/14 era cotado a US$ 4,50 por bushel.

Ainda de acordo com Brandalizze, depois das informações do Fórum Outlook divulgadas na última semana, com aumento na produção e recuo na área cultivada com o grão na próxima temporada, o mercado busca se consolidar próximo de US$ 4,50/bushel.

“Temos dificuldades em romper as barreiras técnicas, o mercado está testando o patamar de suporte de US$ 4,50 por bushel e resistência de US$ 4,75 por bushel. Além disso, para o compor o quadro, temos um aumento nos estoques e as exportações norte-americanas em ritmo mais lento”, relata o consultor. 

Ainda assim, observando os problemas com a safrinha no Brasil, as adversidades climáticas na Argentina e a situação política e econômica na Ucrânia, os preços do cereal em Chicago têm espaço para alcançar o nível de US$ 5,00 por bushel, segundo acredita Brandalizze.

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Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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