Na Bloomberg: Excesso de chuvas pode reduzir produção de milho no Brasil
A volta das chuvas nas áreas produtoras de milho no Brasil, o segundo maior exportador do grão no mundo, poderá reduzir a produção desta safra. A cultura já foi prejudicada pelo atraso no plantio da segunda safra anual, devido à estiagem prolongada.
De acordo com Christopher Narayanan, analista de commodities agrícolas da Societe Generale SA, em Nova Iorque, o excesso de chuvas impede o plantio da nova safra. “Quando o solo está muito úmido, você não consegue entrar com as plantadeiras... Se o clima se mantiver assim por muito tempo e os plantios atrasarem muito, eles poderão parar de plantar e terão uma área menor que o esperado”.
Os produtores brasileiros estão plantando a segunda safra anual, que geralmente é colhida em maio. A chamada ‘safrinha’ respondeu por 57% da produção total do país no ano passado. De acordo com o agrônomo Marco Antonio dos Santos, da Somar Meteorologia, a seca pode causar perdas de até 25% na primeira safra de milho em alguns estados e a produtividade da segunda safra também poderá cair.
O norte do Mato Grosso, região que responde por 27% da produção da segunda safra brasileira, recebeu 21% de chuvas a mais em relação à média histórica no mês passado, segundo informações da Somar, IBGE e Bloomberg.
Redução das estimativas
O Brasil deve produzir 69 milhões de toneladas de milho ao total nas duas safras de 2013-14, segundo a Societe Generale SA. O volume é mais baixo que o volume de 70 milhões de toneladas previsto pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) e as estimativas do governo brasileiro, que apontam para 75 mi de toneladas.
Consultorias privadas também estão reduzindo as previsões para a safra brasileira, devido ao clima extremo, afirmou Sholom Sanik, analista do Grupo Friedberg Mercantile, em Toronto.
Produtores do Mato Grosso plataram apenas 78% da segunda safra. No mesmo período do ano passado, 94% da safra já havia sido plantada e a média dos últimos 5 anos é de 91%.
Produtividade comprometida
“O ritmo de plantio no Mato Grosso está muito lento”, afirmou Chris Gadd, analista de commodities do grupo Macquarie Ltd. “Quando você empurra o plantio para março, a polinização se atrasa e começa em maio… Isso pode causar sérios problemas, pois maio é um mês que normalmente tem pouca chuva”.
O USDA prevê que as exportações de milho do Brasil devem ficar em torno de 20 milhões de toneladas, ou seja, 20% menores que as do ano passado. Os embarques do país deverão ser da metade do tamanho dos embarques norte-americanos, que devem totalizar 41,3 milhões de toneladas.
A colheita dos EUA em 2013-14 atingiu o volume recorde de 353,7 milhões de toneladas, segundo dados do USDA. As reservas mundiais de milho são amplas, e os preços provavelmente não terão grandes altas, a menos que surjam problemas climáticos durante a próxima estação de crescimento dos EUA, depois que o plantio se iniciar em abril, disse Gadd.
Informações: Bloomberg
Tradução: Fernanda Bellei
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