Milho: Em Chicago, preços operam com movimentos pouco expressivos

Publicado em 27/03/2014 08:38

As cotações futuras do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) trabalham nesta quinta-feira (27) com volatilidade, próximos da estabilidade. Por volta das 8h28 (horário de Brasília), o vencimento maio/14 era cotado a US$ 4,85 por bushel, com alta de 0,50 ponto. Já os contratos mais longos exibiam ligeiras quedas entre 0,25 e 0,75 pontos.

Segundo analistas, as oscilações estarão presentes nas próximas sessões, já que, os investidores já estão se posicionando para o relatório do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), que será divulgado no dia 31 de março. As expectativas do mercado é que o órgão reporte uma redução na área cultivada com o cereal na temporada 2014/15.

Paralelo a esse cenário, as especulações de que os estoques trimestrais norte-americanos sejam indicados no maior patamar histórico também continua sendo observada pelos investidores. Do mesmo modo, o clima nos EUA tem a atenção dos participantes, uma vez que, as condições climáticas podem afetar o desenvolvimento da próxima safra norte-americana.

Veja como fechou o mercado nesta quarta-feira (26):

Milho: À espera do USDA, preços fecham com leves perdas em Chicago

Nesta quarta-feira (26), os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) terminaram o dia com leves quedas, pouco expressivas. As posições mais negociadas da commodity fecharam a sessão com perdas entre 2 e 2,25 pontos. O contrato maio/14 era cotado a US$ 4,84 por bushel, uma queda de 2 centavos em relação ao último pregão.

Diante do relatório do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) que será divulgado na próxima segunda-feira (31), os investidores buscam um melhor posicionamento. O órgão norte-americano irá anunciar o boletim de intenção de plantio da temporada 2014/15 e os dados dos estoques do país até o dia 1º de março.

E, apesar dos fundamentos positivos, a tendência é que os preços operem com volatilidade, alternando entre os dois lados da tabela até o relatório do USDA. De acordo com o analista de mercado da New Agro Commodities, João Pedro Corazza, os preços deverão se direcionar, somente após a divulgação dos números e, caso o departamento reporte uma redução expressiva na área cultivada com o grão na próxima safra, as cotações podem alcançar o patamar de US$ 5 por bushel.

Além disso, as especulações sobre um possível aumento nos estoques trimestrais do país, apontados no maior patamar histórico, também exerceu pressão negativa sobre os preços. Por outro lado, as especulações sobre o clima nos EUA deram tom negativo às cotações futuras.

As previsões climáticas apontando para um clima mais quente em algumas regiões no Corn Belt, a partir da próxima semana, pesam sobre os preços em Chicago, já que, a situação poderia contribuir com o avanço do plantio norte-americano. Ainda assim, analistas ressaltam que o clima permanece frio e as temperaturas do solo são baixas. Nos últimos pregões, a previsão de clima frio deu suporte aos preços. 

BMF&Bovespa

As cotações futuras do milho na BMF&Bovespa trabalham em baixa nesta quarta-feira (26). Depois das altas expressivas, os preços recuam frente ao avanço da colheita da safra de verão e a finalização do plantio da safrinha em importantes regiões, conforme destacam analistas.

Entretanto, parte da safrinha brasileira foi cultivada após a janela ideal de plantio, que em muitas localidades terminou no final do mês de fevereiro. As condições climáticas desfavoráveis prejudicaram a semeadura do grão nesta safra. E, diante desse quadro, a comercialização da safrinha segue em ritmo lento, até o momento, cerca de 20% da safrinha foi negociada. 

Na região de São Gabriel do Oeste (MS), o presidente do sindicato rural do município, Julio Cesar Bortolini, explica que os produtores adotaram uma postura mais cautelosa nesse momento. “À medida que o desenvolvimento do milho vai se concretizando e há uma expectativa de produtividade, o produtor começa a fazer contratos futuros. Até o então, o risco é grande e o agricultor opta por não correr esse risco”, diz.

Nos principais estados produtores da safrinha, as condições climáticas adversas têm comprometido as plantações e os relatos que chegam do campo é de que as plantas estão com folhas amareladas e desenvolvimento irregular. Outra preocupação é em relação à intensidade do ataque de pragas, como as lagartas e o percevejo de barriga verde que, consequentemente, aumenta os custos de produção.

Em Goiás, os custos de produção apresentaram um aumento de 12% este ano em comparação a 2013. Situação decorrente da valorização de produtos como adubos e sementes. No Mato Grosso, os produtores que investiram em alta tecnologia gastaram, em média, R$ 1.737,83 por hectare, conforme informou o Imea (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária). 

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Por: Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

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