Milho: Frente às previsões de clima seco nos EUA, preços caem e registram a maior queda semanal em 6 meses

Publicado em 02/05/2014 17:25

Pelo segundo pregão consecutivo, os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) fecharam do lado negativo da tabela. Durante essa semana, as cotações recuaram 2,3%, maior queda semanal desde o dia 1º de novembro do ano passado. As principais posições da commodity exibiram perdas entre 5,50 e 9,25 pontos. O vencimento julho/14 era negociado a US$ 4,94 por bushel.

O mercado tem sido pressionado negativamente pelas previsões de clima favorável para os EUA nos próximos dias. Segundo informações da agência internacional Bloomberg, as altas temperaturas e o clima seco deverão acelerar até o final da próxima semana o plantio de milho nos EUA, maior produtor mundial do cereal. 

No último boletim de acompanhamento de safras, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportou o percentual de área cultivada em 19% até o dia 27 de abril. A média dos últimos anos é de 28%. O excesso de chuvas em partes do Meio-Oeste comprometeu o avanço do plantio na última semana. 

De acordo com o analista de mercado da Cerrado Corretora, Mársio Antônio Ribeiro, o maior rigor em relação às variedades transgênicas produzidas pelo país, principalmente por parte da China, tem dificuldade as exportações do produto. "E isso tem provocado certa pressão no mercado, principalmente com a perspectiva de uma boa safrinha no Brasil. Com isso, o país deverá representar certa ameaça às exportações de milho dos EUA", explica Ribeiro.

Do lado fundamental, o cenário ainda é positivo ao mercado de milho, no curto prazo. A demanda pelo produto norte-americano permanece aquecida. Nesta quinta-feira, o USDA reportou a venda de 101.600 mil toneladas do produto para destinos não revelados. 

E contrapartida, o analista ressalta que a volatilidade deverá permanecer no mercado até que haja a confirmação da área a ser cultivada no país. "O mercado ficará em compasso de espera e muito volátil até o próximo relatório de oferta e demanda do USDA, que será divulgado no dia 9 de maio", acredita Ribeiro.

Mercado interno

Durante essa semana, o cenário no mercado interno não apresentou grandes modificações. Os preços no mercado brasileiro ficaram de estáveis e até mesmo um pouco mais baixos em algumas praças. E como os produtores rurais estão capitalizados, o volume de negócios permanece lento. Para avançar na comercialização, os agricultores ainda esperam uma melhora nas cotações. 

Na outra ponta, os compradores seguem cautelosos, adquirindo o produto da mão pra boca, para não ocasionar uma demanda e, consequentemente, uma alta nos preços do cereal. Entretanto, o analista sinaliza que as cotações do milho poderão apresentar nova valorização na primeira quinzena de maio, entre R$ 2,00 e R$ 4,00 por saca. 

"Situação que pode acontecer devido à menor oferta. Por mais que os compradores busquem comprar apenas da mão pra boca, a pressão deverá existir. A safra de verão é cada vez menor e, com isso, os estoques cada vez mais apertados até a safrinha", acredita o analista.

Enquanto isso, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, informou que as exportações de milho do Brasil somaram 562,4 mil toneladas, com média diária de 28,1 mil toneladas até a 5ª semana de abril. O número representa um recuo de 7,5% em relação a março. 

Os embarques renderam ao Brasil US$ 124,6 milhões, no mesmo período. A média diária foi de US$ 6,2 milhões e o preço médio da tonelada ficou em US$ 221,6. O número é inferior ao mês anterior, o valor médio exportado registrou uma queda de 3,5%, enquanto que o preço médio registrou uma alta de 4,4%. 

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Tags:
Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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