Milho: Mercado amplia perdas diante da previsão de clima favorável nos EUA

Publicado em 29/05/2014 13:30

As cotações futuras do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) operam do lado negativo da tabela. Ao longo das negociações, as principais posições da commodity ampliaram as perdas e, por volta, das 12h55 (horário de Brasília) exibiam quedas entre 4,25 e 5,50 pontos. O contrato julho/14 era negociado a US$ 4,68 por bushel.

Nas últimas sessões, os preços do cereal têm sido pressionados pela evolução da semeadura do milho nos EUA. Depois das preocupações registradas no começo do plantio do milho, o cultivo do grão ganhou ritmo e até o dia 25 de maio me torno de 88% da área já tinha semeada, conforme dados do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). 

De acordo com informações divulgadas pela agência internacional Bloomberg, algumas áreas do Norte dos EUA ainda enfrentam atrasos no plantio do milho em meio ao clima úmido. Em contrapartida, as condições climáticas no Centro-Oeste são favoráveis às lavouras. Já no final da semana, há possibilidade de chuvas na região, situação, que se confirmada, também irá contribuir para o desenvolvimento das plantas. 

A perspectiva é que a produção norte-americana totalize 353,97 milhões de toneladas na safra 2014/15, conforme projeção do USDA. E diante desse cenário, o vencimento julho recuou para US$ 4,66 por bushel, o menor nível desde 4 de março. Somente essa semana, os futuros caíram 1,5%.

Apesar desse cenário, o consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, destaca que os preços do cereal já estão baixos e trabalham entre US$ 4,50 e US$ 5,00 por bushel. “O milho está barato para os países importadores e para o consumidor que faz etanol e ração. E também está mais baixo para o produtor norte-americano que irá vender como produto físico e abaixo do patamar de US$ 4,50 por bushel, não há muito interesse de venda, pois a margem fica ajustada”, explica. 

E mesmo que as cotações não apresentem uma valorização expressiva em Chicago, o consultor acredita que os prêmios no país poderão subir para estimular as negociações do cereal. Consequentemente, o preço real do produto valoriza e essa situação pode ocasionar boas oportunidades de negócios aos produtores brasileiros, conforme destaca Brandalizze. 

Paralelo a esse quadro, as exportações do cereal norte-americano permanecem firmes. Na última terça-feira, o USDA divulgou que os embarques do milho totalizaram 1.060.147 milhão de toneladas até a semana encerrada no dia 22 de maio. O número é pouco menor do que o reportado anteriormente, de 1.063.857 milhão de toneladas. Fator, que na visão da analista de mercado da FCSTone, Ana Luiz Lodi, poderá gerar oscilações positivas aos preços em Chicago.

BMF&Bovespa

Pelo terceiro dia consecutivo, os preços do cereal negociados na BMF&Bovespa operam em queda. Nesta quinta-feira, o vencimento julho era negociado a R$ 27,28. Além da influência do mercado internacional que também recua, as cotações são pressionadas pela proximidade da colheita da safrinha brasileira, que apesar de alguns problemas pontuais, apresentam boas condições.

Segundo dados da Conab (Companhia Nacional do Abastecimento), o Brasil deverá colher entre safra de verão e segunda safra, em torno de 75 milhões de toneladas. E frente a um consumo estimado entre 53 a 54 milhões de toneladas, o país dependerá das exportações para equalizar a relação entre oferta e demanda. 

Ainda na visão do consultor, após a queda nos preços no mercado interno, movimento típico de início da colheita, os produtores ainda terão boas oportunidades de negociação. “Neste ano, os agricultores não estão nas situações de anos anteriores de endividamento e precisavam vender o produto no pico da colheita. Hoje é diferente, a expectativa é que tenhamos o mercado interno brasileiro e as exportações brigando pelo produto”, destaca. 

Nesta quinta-feira, a saca é negociada a R$ 29,00 em Campinas (SP) CIF. Já em Campo Mourão (PR), o valor de venda da saca do produto é de R$ 24,50, em Dourados (MS) o valor é de R$ 21,50. Em Uberlândia (MG), o preço é de R$ 25,00, em Sorriso (MT), o preço é de R$ 15,00.

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Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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