Milho: Diante do avanço no plantio dos EUA, mercado amplia perdas em Chicago

Publicado em 03/06/2014 13:00

As cotações do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) trabalham em queda no pregão desta terça-feira. Ao longo das negociações, os preços futuros ampliaram as perdas e, por volta das 12h25 (horário de Brasília) exibiam baixas entre 4,25 e 6,50 pontos. O vencimento julho/14 era cotado a US$ 4,59 por bushel.

O avanço no plantio da safra norte-americana pressiona negativamente as cotações do cereal. Segundo dados do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) a semeadura do grão atingiu 95% da área estimada para esta temporada. Em alguns estados, como no Texas, os produtores já finalizaram o cultivo do cereal.

Além disso, cerca de 76% das lavouras estão em boas ou excelentes condições, 22% estão em situação regular e 2% estão em condições ruins ou muito ruins. “Esse percentual de lavouras em boas condições é alto e acabou superando as projeções do mercado, por isso, os preços recuam”, afirma a analista de mercado da FCStone, Ana Luiza Lodi. 

E segundo informações divulgadas pela agência internacional de notícias Bloomberg, nessa semana, as chuvas deverão ser frequentes no Centro-Oeste, mantendo as condições de umidade favoráveis. Diante desse cenário, as cotações recuaram 8,9% desde o início de maio, quando os produtores norte-americanos aceleraram o plantio, após os trabalhos nos campos serem adiados pelas chuvas e o tempo frio no início da temporada. 

Ainda na visão da analista, frente às perspectivas de clima favorável nos EUA, apesar do atraso inicial, a tendência é que as cotações operem em patamares mais baixos a curto e médio prazo. “Ainda pode acontecer muita coisa, mas, por enquanto esse é o cenário. Também é preciso olhar a demanda, como irão ficar as exportações norte-americanas do país e o consumo para etanol, para ver se os preços reagem”, explica Ana Luiza.

Na última sessão, o contrato julho/14 alcançou o patamar de US$ 4,60 por bushel, o menor nível desde 28 de fevereiro. 

BMF&Bovespa

Os futuros do cereal na BMF&Bovespa trabalham do lado negativo da tabela na sessão desta terça-feira. Além de acompanhar o movimento de baixa de Chicago, os preços mais baixos registrados nos Portos, assim como, a proximidade da colheita da segunda safra, que apesar dos problemas pontuais, apresenta boas condições, também contribui para pressionar as cotações. O contrato julho/14 era negociado a R$ 27,05.

A situação também se repete nos mercado interno brasileiro. Após as altas registradas desde o início do ano, as cotações do cereal recuaram em algumas praças até 13,04% durante o mês de maio, conforme levantamento do Notícias Agrícolas. Os produtores rurais, que estão capitalizados, seguraram as vendas da safra de verão, no entanto, com a projeção de uma safrinha cheia no Brasil e a safra norte-americana caminhando de maneira satisfatória, resolveram vender o produto, fator que pesou sobre os valores.

Em Não-me-toque (RS), os preços apresentaram uma queda de 10% e fechou o mês cotado a R$ 22,50. Já em Ubiratã (PR), o recuo foi de 13,04% e o preço ficou em R$ 20,00. No MT, em Tangará da Serra, as cotações caíram de R$ 22,50 para R$ 21,00 durante o mês de maio, uma redução de 6,67%. Em São Gabriel do Oeste (MS), a diminuição foi de R$ 3,00 na saca do cereal, que finalizou o mês cotada a R$ 20,00. 

Para o economista da Faeg (Federação de Agricultura e Pecuária de Goiás), Pedro Arantes, os preços do cereal ainda podem ceder, com o avanço da colheita. Entretanto, o produtor rural que segurar o produto pode ter uma cotação melhor após o pico da colheita do milho safrinha. 

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Tags:
Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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