Milho: Com expectativa de safra cheia nos EUA, mercado fecha pregão no menor patamar em 13 semanas

Publicado em 03/06/2014 17:23

Na Bolsa de Chicago (CBOT), os futuros do milho fecharam o pregão desta terça-feira (3) em baixa. Durante os negócios, as principais posições da commodity ampliaram as perdas e terminaram a sessão com quedas entre 4,00 e 7,25 pontos. Os contratos atingiram os menores níveis em 13 semanas e o vencimento julho/14 caiu 1,5%, para US$ 4,58 por bushel.

O mercado reflete o bom desenvolvimento das lavouras de milho nos EUA e a expectativa de uma safra cheia no país. Conforme projeções do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), a produção norte-americana deverá totalizar 353,9 milhões de toneladas, apesar do recuo na área cultivada.

Nesta segunda-feira, o departamento reportou que 76% das lavouras do país estão em boas ou excelentes condições, o mais elevado para esta época do ano desde 2010. Cerca de 22% estão em situação regular e 2% apresentam condições ruins ou muito ruins. Números, que na visão da analista de mercado da FCStone, Ana Luiza Lodi, surpreendeu os participantes do mercado.

Já o plantio do cereal foi estimado em 95% da área projetada até o dia 2 de junho. Na última semana, o percentual era de 88%. O índice está acima do registrado no mesmo período do ano passado, de 90% e também da média dos últimos cinco anos, de 94%. 

Além disso, a agência internacional de notícias Bloomberg, divulgou nesta terça-feira que as chuvas deverão ser frequentes no Centro-Oeste do país essa semana, mantendo as condições de umidade favoráveis. Frente a esse cenário, as cotações do cereal recuaram em torno de 10% no mês anterior, com o plantio acelerado após o trabalho nos campos serem adiados pelas chuvas e o tempo frio no início da temporada. 

De acordo com o consultor de mercado, Carlos Cogo, as cotações futuras do cereal já perderam patamares importantes de suporte como US$ 4,80 e US$ 4,60 por bushel. Ainda assim, a analista destaca que a tendência é que as cotações operem em patamares mais baixos a curto e médio prazo. “Ainda pode acontecer muita coisa, mas, por enquanto esse é o cenário. Também é preciso olhar a demanda, como irão ficar as exportações norte-americanas do país e o consumo para etanol, para ver se os preços reagem”, explica Ana Luiza.

BMF&Bovespa

As cotações do cereal negociada na BMF&Bovespa também em campo negativo nesta terça-feira (3). A posição julho/14 era negociada a R$ 27,00.  No Porto de Paranaguá, as cotações recuaram de R$ 27,00 para R$ 26,50, desvalorização de 1,85%. A situação também se repete no mercado interno, as cotações praticadas estão mais baixas e, somente no mês de maio, algumas praças registraram quedas de 13,04%.

No mercado físico, os preços são pressionados pelo aumento na oferta, já que, observando as boas condições das lavouras de milho safrinha e também nos EUA, os produtores aumentaram as vendas da safra de verão. Por outro lado, a proximidade da colheita da segunda safra contribui para a pressão sobre os preços. Em algumas regiões produtoras, a colheita da segunda safra do grão já inicia nas próximas semanas.

Ainda segundo o consultor, não há como escapar dessa pressão baixista no mercado. “Temos preços mais baixos em Chicago, nos portos também e com grande volume da safrinha, as condições das plantas são boas, as vendas estão mais lentas. Não há como fugir dessa pressão nas cotações, especialmente nos meses de junho e julho”, explica. 

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Tags:
Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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