Milho: Demanda dá suporte e mercado fecha sessão com alta de dois dígitos em Chicago

Publicado em 06/06/2014 17:21

Na sessão desta sexta-feira (6), os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) fecharam o dia com altas de dois dígitos. Ao longo das negociações, as principais posições da commodity ampliaram os ganhos e encerraram o pregão com altas entre 10 até 12 pontos. O contrato julho/14 era cotado a US$ 4,59 por bushel, valorização de 2,2%.

O mercado buscou uma recuperação após acumular perdas expressivas durante a semana, na qual, as cotações atingiram o menor patamar das últimas 13 semanas. A demanda aquecida pelo produto norte-americano impulsionou os preços do cereal em Chicago.

Nesta quinta-feira, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportou as vendas para exportação de milho referente à safra 2013/14 em 550.700 mil toneladas até o dia 29 de maio. O número representa uma queda de 5% em relação à semana anterior, porém uma alta de 39% sobre a média das últimas semanas. Para a safra 2014/15, as vendas totalizaram 19.600 toneladas.

Além disso, com as cotações em patamares mais baixos, há o maior interesse de compra por parte dos investidores, conforme destaca a analista em agronegócio da Céleres Consultoria, Aline Ferro. Nas últimas semanas, as condições favoráveis ao desenvolvimento das lavouras dos EUA têm pressionado as cotações futuras.

De acordo com informações da agência internacional de notícias, Bloomberg, com as previsões de chuvas no país, a perspectiva é que a safra norte-americana seja recorde nesta safra. Segundo pesquisa realizada pela Bloomberg News, a produção de milho norte-americana deverá totalizar 354,07 milhões de toneladas na safra 2014/15. 

No último relatório de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), a safra foi projetada em 353,97 milhões de toneladas. O órgão irá divulgar novas estimativas no dia 11 de junho. Já os estoques mundiais deverão somar 182,2 milhões de toneladas, ainda segundo pesquisa da agência. A projeção do USDA para os estoques globais é de 181,73 milhões de toneladas.

BMF&Bovespa

As cotações do cereal acompanham o movimento na Bolsa de Chicago e operam em campo positivo na BMF&Bovespa. O contrato julho/14 era cotado a R$ 26,69, valorização de 0,19%. Ao longo desta semana, os preços acumularam perdas refletindo a queda no mercado internacional, mas também a proximidade da colheita da segunda safra de milho.

Do mesmo modo, no mercado interno, as cotações estão mais baixas e, segundo analistas, ainda tem espaço para recuar com o avanço da colheita da safrinha. De acordo com levantamento realizado pelo Notícias Agrícolas, somente no mês de maio, as cotações do milho recuaram até 13,04% em algumas praças. 

Por outro lado, depois das preocupações iniciais, as lavouras brasileiras apresentam boas condições, com alguns problemas pontuais. Segundo projeção da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), o Brasil deverá colher, entre primeira e segunda safra, 75 milhões de toneladas, e o consumo estimado em 54 milhões de toneladas, analistas afirmam que o mercado dependerá das exportações. A perspectiva é que os embarques do produto brasileiro ganhem ritmo a partir do segundo semestre.

Acompanhamento de safras

No Mato Grosso, o retorno das chuvas favoreceram as plantas cultivadas fora da janela ideal. As plantas estão de regulares a boas no estado e  a expectativa é que a produtividade fique próxima de 80 até 100 sacas do grão por hectare. 

No Paraná, a colheita da safrinha já atinge 1% da área semeada nesta safra, conforme dados do Deral (Departamento de Economia Rural). Cerca de 89% das lavouras apresentam boas condições e 11% têm condições medianas. Em relação à comercialização, até o momento, 6% da safra foi negociada.

Já no Mato Grosso do Sul, segundo informações da Aprosoja/MS, a produção deverá totalizar 7,4 milhões de toneladas, número próximo ao obtido na safra anterior, de 7,8 milhões de toneladas. Os municípios de Ponta Porã e São Gabriel do Oeste vão liderar o ranking de produtividade de milho e colher aproximadamente 100 sacas de 60 kg. 

Em São Gabriel do Oeste, as precipitações se alongaram, tanto que no mês de maio, o índice pluviométrico foi próximo dos registrados em março e abril. Inicialmente, a expectativa de colheita era de até 65 sacas de milho por hectare, mas, com as chuvas a estimativa cresceu para 80 sacas do grão por hectare, conforme explica o presidente do Sindicato Rural do município, Júlio César Bortolini.

Durante essa semana, a INTL FCStone, consultoria de gerenciamento de risco com foco em commodities, aumentou para 73 milhões de toneladas a produção de milho safrinha da temporada 2013/14, diante das perspectivas favoráveis para a segunda safra. O número é maior do que reportado anteriormente, de 71,72 milhões de toneladas. Diante desse cenário, as cotações do milho no mercado interno estão baixas.

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Tags:
Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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