Milho: Mercado foca condições das lavouras dos EUA e recua na CBOT

Publicado em 10/06/2014 12:56 e atualizado em 10/06/2014 17:26

Os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) reverteram os ganhos registrados no início da sessão e operam com leves quedas. Por volta das 12h25 (horário de Brasília), as principais posições da commodity registravam perdas entre 1,75 e 2,75 pontos. O vencimento julho/14 era cotado a US$ 4,49 por bushel. 

Após esboçar uma recuperação no início do pregão, as cotações futuras voltaram a recuar e Chicago. O mercado foca as informações do relatório de acompanhamento de safras do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), divulgado no final da tarde desta segunda-feira. 

Depois das preocupações iniciais com o clima, a semeadura do milho norte-americano ganhou ritmo. Nesta segunda-feira, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportou novo boletim de condições das lavouras e apontou que o cultivo do cereal já foi concluído no país.

Até o momento, cerca de 92% das lavouras já emergiram, frente às 83% registradas no mesmo período do ano passado e a média dos últimos cinco anos de 90%. Em torno de 75% das lavouras estão em boas ou excelentes condições, 21% têm situação regular e 4% estão em condições ruins ou muito ruins.

Segundo o analista de mercado da Safras & Mercado, Paulo Molinari, o índice das lavouras em boas e excelentes condições veio em linha com o esperado pelos participantes do mercado. “As lavouras norte-americanas apresentam boas condições e as estimativas de produtividade da safra 2014/15 podem começar a sugerir produções e rendimentos mais altos do que o esperado inicialmente. Porém, ainda temos mais 90 dias de clima pela frente e surpresas podem acontecer”, afirma o analista.

A projeção inicial do USDA é de uma produção de 353,97 milhões de toneladas de milho nesta safra. Segundo pesquisa realizada pela Bloomberg News e divulgada na última semana, a produção de milho norte-americana deverá somar 354,07 milhões de toneladas na safra 2014/15. O departamento deve divulgar novo relatório de oferta e demanda nesta quarta-feira (11). 

Em contrapartida, os embarques norte-americanos de milho seguem firmes. Nesta segunda-feira, o USDA reportou os embarques semanais de milho em 1.147,968 milhão de toneladas na semana encerrada no dia 5 de junho. Anteriormente, o número havia sido de 980.053 mil toneladas de milho. Já no mesmo período do ano passado, o total embarcado foi de 162.569 mil toneladas. Até o momento, no acumulado no ano safra, com início em 1º de setembro, os embarques totalizam 34.824,911 milhões de toneladas, contra 13.887,191 milhões de toneladas do ano safra anterior. 

Do lado da análise gráfica, os preços do cereal iniciaram em maio um processo de queda. De acordo com o analista de mercado da Smartquant Fundos Investimentos, Antônio Domiciano, o produtor rural deve estar atento, pois a tendência para o mês de maio e junho é de queda. “Se as cotações romperem o patamar de US$ 4,40 por bushel tende a cair mais 10% e retornar ao nível de US$ 4,00 por bushel. Ainda assim, as cotações podem esboçar uma reação, mas não deve ser robusta, pois a tendência é de queda”, explica Domiciano. 

BMF&Bovespa

As cotações do milho negociadas na BMF&Bovespa trabalham em campo negativo no pregão desta terça-feira. O contrato julho/14 é negociado a R$ 25,99, após ser cotado a R$ 26,18 na sessão anterior. Entre 2 e 9 de junho, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa, referente à região de Campinas (SP), caiu 2,6%, fechando a R$ 27,03/saca de 60 kg, segundo informações do Cepea.

A queda nos preços é decorrente da baixa liquidez interna e do bom desenvolvimento das lavouras de milho safrinha tanto no Brasil, quanto nos EUA. Nesta terça-feira, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), a safra brasileira de milho, entre primeira e segunda safra, deverá totalizar 77,9 milhões de toneladas, um aumento de 3,6% em relação à última projeção. 

“A situação do Brasil é mais complicada, pois vendemos pouco milho para exportação de forma antecipada. Agora com queda na Bolsa de Chicago, e valorização do real, os preços nos portos, entre R$ 26,20 e R$ 26,50, a conta brasileira é interna, o preço no porto menos o frete é o que vamos praticar no mercado interno nos próximos 120 dias. Precisamos embarcar entre janeiro e julho, cerca de 2,5 milhões de toneladas, para fechar em 20 milhões e toneladas no ano”, acredita Molinari. 

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Tags:
Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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