Milho: Na CBOT, mercado exibe leve recuperação após as perdas recentes

Publicado em 10/07/2014 08:50

Depois das quedas expressivas registradas nas últimas sessões, os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) exibem ligeiros ganhos nesta quinta-feira (10). Por volta das 8h33 (horário de Brasília), as posições mais negociadas apresentavam leves altas entre 2,00 e 2,75 pontos. O contrato setembro/14 era cotado a US$ 3,94 por bushel.

No último pregão, os preços do cereal encerraram abaixo do patamar de US$ 4,00 por bushel pela primeira vez em quatro anos. No momento, o mercado está pressionado negativamente frente às expectativas dos investidores de uma safra recorde nos EUA.

Enquanto isso, o clima segue próximo do ideal para o desenvolvimento das lavouras, conforme informações de agências internacionais. No país, em torno de 75% das plantações de milho apresentam boas ou excelentes condições, a melhor classificação dos últimos quinze anos, segundo dados do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).

Além disso, na sexta-feira (11) o departamento irá divulgar novo boletim de oferta e demanda, com isso, os participantes do mercado estão mais cautelosos.

Veja como fechou o mercado nesta quarta-feira:

Milho: Mercado fecha pregão em queda e perde patamar dos US$ 4,00 bushel

Mais uma sessão de queda para os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT). As principais posições da commodity encerraram o pregão desta quarta-feira (9) com perdas entre 4,25 e 7,00 pontos. O vencimento setembro/14 recuou 1,75% e fechou o dia cotado a US$ 3,91 por bushel.

A agência internacional de notícias Bloomberg, reportou nesta quarta-feira, que as cotações do cereal recuaram abaixo do patamar de US$ 4,00 por bushel pela primeira vez em quatro anos. Nas últimas sessões, os preços futuros têm sido pressionados pela perspectiva de safra recorde nos Estados Unidos nesta temporada.

No país, as previsões climáticas apontam para tempo mais frio e úmido no cinturão produtor de milho durante a próxima semana, que deverá favorecer as lavouras, conforme dados da Bloomberg. "Vamos polinizar dois terços da safra de milho nas próximas semanas e o tempo parece quase ideal", afirmou o analista sênior de mercado da consultoria Water Street Solutions, Arlan Suderman. 

Até o momento, em torno de 75% das lavouras do cereal exibem boas ou excelentes condições, conforme estimativas do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). O índice é o melhor desde o ano de 1999. 

Em contrapartida, a demanda permanece firme pelo cereal norte-americano. De acordo com o analista de mercado da FCStone, Ana Luiza Lodi,  os preços em patamares mais baixos estimulam a demanda pelo produto, especialmente do setor de rações e etanol. 

Nesta quarta-feira, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) anunciou a venda de 101.600 mil toneladas de milho para o Japão. O órgão também divulgou a venda de 107.696 mil toneladas do cereal para destinos não revelados. Ambos os volumes deverão ser entregues na safra 2014/15.

Até a semana encerrada no dia 3 de julho, os embarques semanais de milho somaram 1.080,52 milhão de toneladas, de acordo com o USDA. No acumulado no ano safra, iniciado em 1º de setembro, os embarques somam 38.937,28 milhões de toneladas, contra 48.260,00 milhões de toneladas estimadas pelo departamento norte-americano.

Relatório de oferta e demanda

Além disso, os investidores já começam a se preparar para o novo relatório de oferta e demanda do USDA. O boletim será reportado na próxima sexta-feira (11). De acordo com informações anunciadas por agências internacionais, a expectativa é que o departamento aponte uma elevação nos estoques finais da safra 2014/15, de 182,65 milhões de toneladas para 183,9 milhões de toneladas. 

Já os estoques da safra 2013/14, os estoques finais deverá ficar próximo de 170,06 milhões de toneladas, acima das 169,05 milhões de toneladas indicadas no boletim anterior. A produtividade das plantações norte-americanas também deverá apresentar um ajuste para cima, de 174,9 sacas por hectare para 176,5 sacas por hectare. Nesta safra, a perspectiva dos investidores é que os produtores norte-americanos colham 353,97 milhões de toneladas de milho, mesmo número estimado pelo USDA.

Mercado interno

Os preços da saca do cereal permanecem pressionados no mercado interno brasileiro frente ao avanço da colheita da segunda safra. Segundo o economista da Granoeste Corretora de Cereais, Camilo Motter, as cotações do milho já recuaram em torno de 25% a 28% desde o mês de fevereiro.

A situação acontece em todo o Brasil, em Rio Verde (GO), as cotações recuaram e, atualmente, os preços praticados giram em torno de R$ 18,00 a R$ 17,00. “O valor deixa uma margem ajustada aos agricultores, sem contar o aumento nos aumentos nos valores dos fretes”, destaca o produtor rural do município, Maicon Aissa.

Com isso, a cada dia é maior a pressão por parte dos representantes do setor para que haja uma intervenção do Governo no mercado, para o escoamento do produto. A expectativa da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) é que o Brasil exporte próximo de 20 a 21 milhões de toneladas de milho esse ano. 

Mas, por enquanto, as exportações brasileiras de milho totalizaram 0,2 mil toneladas, com média diária de 0 toneladas, até a primeira semana de julho. Em relação ao mês anterior houve uma queda de 98,9% na quantidade embarcada e em comparação com o mês período do ano passado, a redução é de 99,9% no volume exportado.

Para o consultor da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, explica que o câmbio mais fraco, ao redor de R$ 2,21, contribui para pressionar negativamente os preços no mercado interno. “E nos portos, as cotações estão próximas de R$ 24,00, com isso, o preço praticado no MT, por exemplo, fica abaixo de R$ 10,00 a saca e não cobre os custos de produção. Precisaríamos de pelo menos R$ 28,00 a R$ 29,00 nos portos”, diz.

 

 

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Tags:
Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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