Milho: Em Chicago, mercado fecha em baixa frente às expectativas de boa safra nos EUA

Publicado em 21/07/2014 17:22

As principais posições do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) terminaram o pregão desta segunda-feira (21) do lado negativo da tabela. Ao longo das negociações, os futuros do cereal ampliaram as perdas e encerraram a sessão com quedas entre 6,50 e 7,25 pontos. O contrato setembro/14 recuou cerca de 1,95% e fechou o dia cotado a US$ 3,64 por bushel.

Segundo informações da agência internacional de notícias Bloomberg, as cotações recuaram para próximas dos menores patamares em quatro anos, frente às temperaturas amenas previstas para as regiões produtoras nos EUA. As previsões climáticas favoráveis deverão contribuir para a polinização do milho tardio nas próximas duas semanas.

"A umidade está acima do considerado normal para esse período e, nos últimos 30 dias, foram registradas temperaturas menos quente do que a média para essa época. A única área onde as temperaturas estavam ligeiramente acima da média foi no Leste do Corn Belt", afirmou o climatologista Dennis Todey. As informações foram reportadas pela agência internacional de notícias DTN.

O analista de mercado da Jefferies, Vinicius Ito, explica que também já há especulações no mercado de que o rendimento das lavouras de milho poderá ser maior do que projetado no último boletim de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), de 174,95 sacas por hectare. E, com o clima contribuindo para o desenvolvimento das plantas, cerca de 76% das lavouras apresentavam boas ou excelentes condições até a última semana, conforme dados do órgão.

“E os fundos têm vendido as posições rapidamente, o milho, em relação à soja, permanece com preço muito menor. O problema é que, enquanto os fundos vendem e o clima continua favorável, o mercado não encontra uma sustentação. Com isso, a perspectiva é que as cotações baixem para US$ 3,50 por bushel no contrato dezembro, mas já especulações de que o preço pode recuar a US$ 3,25 por bushel”, diz Ito.

Embarques semanais de milho

Os embarques semanais de milho dos EUA totalizaram 939.791 mil toneladas na semana encerrada no dia 17 de julho, segundo dados do USDA.  O volume é pouco menor do que divulgado na semana anterior, de 946.313 mil toneladas, mas superior ao registrado no mesmo período de 2013, de 262.271 mil toneladas.

Até o momento, no acumulado no ano safra, com início em 1º de setembro, os embarques somam 41.010.793 milhões de toneladas. No acumulado do ano safra anterior, o volume foi de 15.661.245 milhões de toneladas.

Ainda na visão do analista, a demanda ainda não é suficiente para dar suporte aos preços do cereal. “Eventualmente, a demanda até pode segurar as cotações, mas a safra dos EUA continua ficando maior com o clima favorável. Não estamos vendo um nível de suporte seguro, que pudesse ajudar a sustentar o mercado”, ratifica. 

Importações de milho da China

Em junho, os compradores chineses adquiriram cerca de 27,25 mil toneladas de milho, uma alta de 248,25% frente ao mesmo período do ano passado. A informação foi divulgada pela Administração Geral de Portos e Alfândegas do país.

Do volume adquirido no mês, 6,5 mil toneladas foram compradas dos EUA. O número representa um crescimento de 800% em relação a junho de 2013. Até o momento, os americanos foram responsáveis pelo abastecimento de 939 mil toneladas, uma queda de 37,7% frente ao mesmo período do ano passado. 

Somente nos seis primeiros meses do ano, a China comprou em torno de 1,377 milhão de toneladas do produto. Em comparação com igual período do ano anterior, o percentual representa uma queda de 9,5%. 

Mercado interno

A evolução dos trabalhos nos campos permanece sendo o principal fator de pressão sobre os preços praticados no mercado interno. Após a valorização no início do ano, as cotações recuaram expressivamente nos últimos meses frente à consolidação da segunda safra no país e começo da colheita.

Para a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), os produtores brasileiros deverão colher em torno de 46.188,4 milhões de toneladas de milho na safrinha, apesar da redução na área cultivada. O volume produzido tem exercido grande pressão nas cotações, que me muitas localidades, estão abaixo dos custos de produção e do preço mínimo fixado pelo Governo.

Consequentemente, os representantes do setor já se mobilizaram e solicitaram às autoridades a intervenção no mercado, através de leilões. Entretanto, os produtores rurais do Centro-Oeste, já relatam a preocupação, já que, segundo os agricultores os prêmios do ano anterior ainda não foram pagos. 

Enquanto isso, as exportações brasileiras permanecem mais lentas. Com a queda nas cotações no mercado internacional e o câmbio em patamar mais baixo, têm deixado os preços nos Portos menos atrativos aos produtores rurais. No Porto de Paranaguá, a saca do cereal foi cotada a R$ 24,00 nesta segunda-feira, com queda de 0,83%. 

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Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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