Aprosoja-MT notifica empresas por falha na tecnologia Bt em milho

Publicado em 28/07/2014 11:25 e atualizado em 28/07/2014 17:33
"A resistência a lagartas garantida pelas empresas não ocorreu. Custos com inseticidas aumentou, prejudicando produtor", diz Ricardo Tomczyk, pres. da Aprosoja-MT.

A Associação de Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) notificou extrajudicialmente as empresas Monsanto, DuPont, Dow e Syngenta devido à perda da eficiência da tecnologia transgênica de milho Bt. Teoricamente, essas cultivares seriam resistentes a lagartas – mas no último ciclo o que se viu foi os danos que os insetos causaram nas lavouras de milho de Mato Grosso.

A Aprosoja-MT identificou que o custo de produção aumentou em decorrência das aplicações a mais de inseticidas. Na prática, além do impacto sobre o ambiente, significa um custo não programado ao produtor que chegou a R$ 120,00 por hectare, segundo dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), fora a queda na produção.  

“Queremos que as empresas apontem uma solução rápida para as perdas e também uma forma de ressarcir quem foi prejudicado”, resume o presidente da Aprosoja-MT, Ricardo Tomczyk. “É um típico caso de produto que prometia um resultado que nunca foi entregue, ou seja: propaganda enganosa.”

A perda da resistência do milho Bt às lagartas foi identificada pela Aprosoja-MT em março, quando surgiram os primeiros relatos de produtores mato-grossenses assustados com o que viam em campo. Em seguida, a associação passou a reunir laudos técnicos com dados, fotos e a análise econômica do prejuízo financeiro do produtor. Coube ao Imea calcular os gastos extras que os produtores tiveram na tentativa de controlar a incidência das lagartas.

Em sua notificação, a associação define prazo de dez dias para que as empresas se manifestem oferecendo soluções para as falhas apresentadas pela tecnologia, bem como uma forma de ressarcir os prejuízos enfrentados pelos produtores rurais de Mato Grosso.

 

Posicionamento Dow AgroSciences

Com relação à notificação extrajudicial enviada pela Aprosoja, a Dow AgroSciences esclarece que está analisando as alegações indicadas no documento e que se posicionará dentro do prazo legal.
Desde o lançamento da tecnogia Bt no Brasil, em 2009, a Dow AgroSciences conta com um programa de monitoramento de performance da tecnologia. Da mesma forma, a companhia orienta os produtores rurais quanto à necessidade de adoção de um sistema de manejo integrado de pragas, que inclui, entre outras ações, o cultivo das áreas de refúgio que são essenciais para manter o equilíbrio das populações de pragas-alvo.
 
Posicionamento DuPont
Sobre o comunicado realizado pela APROSOJA (Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso), a DuPont Pioneer® informa que até o momento não recebeu nenhuma notificação. Por essa razão, a empresa reserva-se o direito de não se manifestar até o recebimento do documento e análise dos pontos levantados pela associação.


Sobre a resistência de sementes na cultura de milho
Desde que constatou o desenvolvimento de resistência de lagarta do cartucho do milho (Spodoptera frugiperda) à proteína Cry1F, a DuPont Pioneer® intensificou o trabalho junto aos produtores em práticas de manejo eficazes para estender a durabilidade da tecnologia. É uma prática conduzida pela empresa desde o lançamento da tecnologia no país e que envolve o uso de várias ferramentas para o manejo e controle de pragas como o plantio das áreas de refúgio, monitoramento das lavouras, a aplicação de inseticidas além de outras práticas agronômicas que possam ser efetivas durante a safra.  Os híbridos com as tecnologias Herculex® I e Optimum Intrasect continuam a oferecer controle efetivo contra um amplo espectro de pragas e, quando combinados com as melhores práticas de manejo, permitem que os produtores atinjam o potencial genético dos híbridos de nossa base de germoplasma de alta produtividade. A DuPont Pioneer está trabalhando com os produtores para prover as melhores recomendações para maximizar a produtividade no campo.

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Fonte: Aprosoja MT

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