Milho: Após ganhos da sessão anterior, mercado opera próximo da estabilidade na CBOT

Publicado em 25/09/2014 09:18

Os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) operam com leves ganhos, próximos da estabilidade no início do pregão desta quinta-feira (25). Por volta das 8h43 (horário de Brasília), as principais posições da commodity exibiam ligeiras altas entre 0,25 e 0,50 pontos. O vencimento dezembro/14 era cotado a US$ 3,30 por bushel.

Após a tentativa de recuperação no dia anterior, o mercado tem uma sessão calma. Segundo informações reportadas pelo site Farm Futures, a resistência para o mercado é de US$ 3,34 por bushel, mas há possibilidade que o contrato dezembro/14 alcance US$ 3,00 por bushel.

Cenário decorrente do avanço da colheita do milho nos Estados Unidos, estimada em 7%, conforme dados do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportados no início da semana. Enquanto isso, o clima mais quente e seco nos próximos sete dias deverá contribuir com os trabalhos nos campos, segundo sites internacionais.

Em contrapartida, os participantes do mercado ainda esperam os números de vendas para exportação, importante indicador da demanda. O relatório será divulgado nesta quinta-feira pelo USDA.

Veja como fechou o mercado nesta quarta-feira:

Em movimento técnico, milho fecha pregão em campo positivo em Chicago

Após as recentes perdas registradas na Bolsa de Chicago (CBOT), os futuros do milho terminaram o pregão desta quarta-feira (24) em campo positivo. As principais posições da commodity fecharam o dia com ganhos de 4,00 pontos. O vencimento dezembro/14 era cotado a US$ 3,29 por bushel, valorização de 1,23% frente ao encerramento da sessão anterior, de US$ 3,25 por bushel.

De acordo com informações reportadas pela agência internacional de notícias Bloomberg, o mercado exibiu um movimento de correção técnica depois das recentes perdas. Em relação ao fechamento da última quarta-feira (17), o contrato dezembro/14 registra desvalorização de 3,52%. O clima favorável aos trabalhos nos campos, juntamente com o avanço da colheita do milho norte-americano continua como principal fator de pressão sobre o mercado. 

O tempo seco e as temperaturas acima do normal previstas para o Centro-Oeste dos EUA deverão contribuir para a evolução dos trabalhos nos campos. Já as chuvas deverão retornar à região na próxima semana, conforme dados da Bloomberg.

Até o momento, a colheita atinge 7% da área cultivada nesta safra no país, contra 4% divulgado na semana anterior, conforme dados do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). Em Illinois, a colheita alcança 6%, em Indiana o percentual colhido é de 5% e, em Nebraska é o volume é de 3%. 

"O tempo permanece ideal para as culturas de maturação tardia e para aqueles que estão colhendo", disse Matt Ammermann, gerente de risco de commodities do INTL FCStone, em entrevista à Bloomberg. "O mercado está agora em modo de espera para confirmar os rendimentos das lavouras", completa.

Diante desse cenário, os analistas destacam que o contrato dezembro/14 pode recuar ao nível de US$ 3,00 por bushel.  "E a perspectiva é que a demanda não absorva essa produção maior tanto nos EUA, como no mundo. Então, não vejo possibilidade de alteração neste quadro no curto a médio prazo. Salvo algum problema climático muito sério", destaca o analista de mercado da Cerrado Corretora, Mársio Antônio Ribeiro.

Produção de etanol os EUA

Segundo a AIE (Administração de Informação de Energia), a produção de etanol nos Estados Unidos recuou 4,51% na semana encerrada no dia 19 de setembro. Nesse período, foram produzidos 889 mil barris diários, contra 931 mil barris diários na semana anterior. O nível é o mais baixos dos últimos seis meses.

Mercado interno

A quarta-feira foi de estabilidade nas principais pesquisadas pelo Notícias Agrícolas. Em Ubiratã (PR), a queda foi de 0,56%, com a saca cotada a R$ 17,70, em São Gabriel do Oeste (MS), a desvalorização foi de 1,94% e saca encerrou o dia negociada a R$ 15,20, mesmo cenário em Jataí (GO), onde a perda foi de 1,80%, com valor da saca a R$ 15,86. Já no Porto de Paranaguá, houve uma valorização de 0,90%, com a saca do cereal cotada a R$ 22,50.

No mercado interno brasileiro, os preços do milho permanecem pressionados e sem perspectiva de melhora, conforme destacam os analistas. Boa parte dos produtores ainda seguram o produto à espera de novas oportunidades de comercialização.

Cenário confirmado pelos números de comercialização da safra indicadas pelas entidades de cada estado. No Paraná, por exemplo, apenas 31% da safrinha foi negociada até o momento, segundo dados reportados pelo Deral (Departamento de Economia Rural). E com a recente queda nos valores praticados, próximos do valor mínimo fixado em R$ 17,47 a saca do cereal, os representantes do setor buscam junto ao Governo o EGF (Empréstimo do Governo Federal), para contribuir com o escoamento da segunda safra. 

Ainda de acordo com o departamento, os produtores paranaenses colheram em torno de 10,2 milhões de toneladas de milho na segunda safra. No Mato Grosso, a situação é semelhante, já que foram colhidas em torno de 17,22 milhões de toneladas do grão, de acordo com informações do Imea (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária).  

E, do mesmo modo, os preços praticados no estado recuaram e, em muitas regiões, bem abaixo do preço mínimo fixado, de R$ 13,52 a saca. Com isso, os agricultores relatam a dificuldade em cobrir os custos de produção que, para a safra 13/14 atingiram R$ 1.723,46/ha, conforme números do Imea. E, considerando a produtividade, em média de 91,6 sacas por hectare, o preço necessário para que os custos fossem cobertos seria de R$ 18,82 a saca.

Consequentemente, os leilões de Pepro (Prêmio Equalizador Pago ao Produtor) tem sido de extrema importância para o escoamento da produção. Até o momento, em torno de 21% da safra 2013/14 de milho mato-grossense já foi comercializada através das operações.

Já no Mato Grosso do Sul, os produtores colheram em torno de 7.807,7 milhões de toneladas de milho, conforme reporte da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). E, assim como nos dois outros estados, a comercialização do cereal é lenta e há muito produto estocado. No total, o Brasil colheu cerca de 48.252,6 milhões de toneladas do grão somente na segunda safra, ainda segundo a companhia. 

Em contrapartida, as exportações ainda estão ganhando ritmo e somaram 1,817 milhão de toneladas, com média diária de 121,2 mil toneladas até a terceira semana de setembro (15 dias úteis). Em comparação com o mês anterior, a quantidade embarcada representa uma alta de 3,5%, mas em relação ao mesmo período do ano anterior, a queda é de 26,2%. 

No entanto, a perspectiva dos analistas é que os embarques não alcancem a projeção da Conab, de 21 milhões de toneladas. Isso deverá impactar nos estoques brasileiros, que poderão totalizar 17 milhões de toneladas no final de 2014, segundo o analista de mercado da Cerrado Corretora, Mársio Antônio Ribeiro.

Frente a esse quadro, o analista destaca que os produtores brasileiros devem estar atentos, pois a estratégia de postergar as vendas do milho precisa ser bem avaliada. "Até porque, no início do ano começa a pressão da soja sobre os armazéns e o produtor de milho será colocado em uma situação difícil", completa.

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Tags:
Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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