Milho: Mercado dá continuidade ao movimento de alta e opera com leves ganhos na CBOT

Publicado em 14/10/2014 10:12

Os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) operam com ligeiros ganhos no início da sessão desta terça-feira (14). Por volta das 9h42 (horário de Brasília), as principais posições da commodity exibiam leves altas entre 1,25 e 1,75 pontos. O vencimento dezembro/14 era cotado a US$ 3,47 por bushel.

O mercado ainda observa as previsões climáticas para o Meio-Oeste essa semana. As chuvas previstas para a região nos próximos um ou dois dias irá atrasar ainda mais a colheita das culturas, milho e soja. Até o último dia 5 de outubro, cerca de 17% da área havia sido colhida, segundo dados do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).

Nesta terça-feira, o órgão deverá reportar os boletins de acompanhamento de safras e vendas semanais. Ontem, devido ao feriado do Dia de Colombo, os números não foram divulgados. A expectativa do mercado é que o volume colhido fique ao redor de 25% da área.

Veja como fechou o mercado nesta segunda-feira:

Milho: Frente às previsões de chuvas no Meio-Oeste, mercado fecha o pregão com altas expressivas em Chicago

As principais posições do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) terminaram o pregão desta segunda-feira (13) com altas expressivas. Durante os negócios, os futuros do cereal reverteram as perdas e fecharam o dia com ganhos entre 11,50 e 12,00 pontos. O vencimento dezembro/14 era cotado a US$ 3,46 por bushel.

Em relação ao fechamento da última sessão, os preços futuros do cereal registraram valorizações entre 3,16% e 3,59%. De acordo com informações reportadas pela agência internacional de notícias Bloomberg, o vencimento dezembro/14 chegou ao patamar de US$ 3,46 por bushel, com ganhos de 3,6%, o avanço foi o maior para um contrato ativo desde o mês de janeiro. 

O mercado foi impulsionado pelas notícias de clima para os Estados Unidos. As chuvas previstas para o Corn Belt nos próximos um ou dois dias irá atrasar ainda mais a colheita das culturas, tanto milho, quanto soja. Segundo dados divulgados no site Farm Futures, as tempestades deverão se aproximar dos estados da costa do Golfo para o Meio-Oeste e há possibilidade de ventos forte e, até possivelmente tornados.

"A safra está muito boa, porém, precisamos retirá-la do campo. A expectativa é que tenhamos uma boa evolução da colheita a partir de quinta e sexta-feira, quando as chuvas deverão diminuir. Por enquanto, a colheita tanto de milho, quanto da soja seguem bem atrasadas nos EUA", afirma o economista da Granoeste Corretora de Cereais, Camilo Motter.

Até o último dia 5 de outubro, cerca de 17% da área cultivada havia sido colhida, conforme dados do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). Porém, devido ao feriado do Dia do Colombo, os relatórios de acompanhamento de safras e vendas semanais serão divulgados nesta terça-feira (14). Mas, a expectativa do mercado é que o número fique ao redor de 25% da área colhida.

Outro fator que também contribuiu para alavancar os preços do milho nesta segunda-feira foi o dólar mais baixo, conforme informações do site Farm Futures. A situação ajudar a manter os preços das commodities mais competitivos. Nesta segunda-feira, a moeda norte-americana fechou o dia em queda de 1,16%, cotada a R$ 2,39.

Relatório de oferta e demanda do USDA

Na última sexta-feira, o departamento reportou novo boletim de oferta e demanda. Nos EUA, a área cultivada com o milho na safra 2014/15 ficou em 36,79 milhões de hectares. O número ficou abaixo do previsto inicialmente, de 37,07 milhões de hectares. "A grande surpresa foi que a área colhida com milho nesta safra, de 33,63 milhões de hectares, será menor do que a colhida com soja, de 33,75 milhões de hectares", diz Motter.

Mas, apesar da redução da área cultivada com o cereal, o departamento revisou para cima a produção norte-americana de 365,65 milhões para 367,69 milhões de toneladas do grão. O mesmo aconteceu com a projeção para a produtividade das lavouras, que aumentaram de 181,72 sacas para 184,37 sacas por hectares.

Ainda assim, segundo um artigo divulgado nesta segunda-feira pelo site Agriculture.com, aponta que a combinação dos dados de produção, consumo e estoques finais, que podem resultar em um cenário de preços melhores na temporada 2015/16, com valores próximos dos US$ 4,00 por bushel. Um estudo feito pelo economista mostra que o preço médio pago ao produtor era de US$ 4,20 no ano safra 2007/2008, com um percentual de 12,8% na relação estoques finais x consumo; US$ 4,06 em 2008/2009 com 13,9% e US$ 4,46 em 2013/14 com 9,1%. 

"Na próxima temporada, esse poderá ser um mercado com uma média de preços de US$ 4,00 por bushel se tivermos uma taxa de 12% na relação de estoques finais x consumo. Se o consumo norte-americano de milho durante a safra 2015/16 se mantiver próximo do recorde projetado para este ano, os estoques finais perto de 40 milhões de toneladas representariam esse percentual de 12%. Com estoques iniciais de 60 milhões de toneladas, importações de 510 mil, um consumo de 350 milhões de toneladas e uma safra de milho perto das 330 milhões de toneladas, teríamos estoques finais na casa das 40 milhões de toneladas", explica o economista no artigo publicado no site Agriculture.com. 

Mercado interno

Nas principais praças pesquisadas pelo Notícias Agrícolas, o dia foi de estabilidade para os preços praticados no mercado interno. Em São Gabriel do Oeste (MS), a queda foi de 1,84%, com a saca cotada a R$ 16,00. Já em Jataí (GO), a segunda-feira foi de valorização de 2,02%, com a saca do milho cotada 17,17, no Porto de Paranaguá, a alta foi de 1,28%, com a saca cotada a R$ 23,70. 

Ainda segundo o economista, o mercado permanece com baixa liquidez nas exportações. Até o final do mês de setembro, cerca de 2,7 milhões de toneladas de milho foram embarcadas, uma redução de 22,28% em relação ao mesmo período do ano anterior. Em seu último relatório, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), revisou para baixo a estimativa de exportação para essa safra de 21 milhões para 20 milhões de toneladas para a temporada 2014/15.

"E o câmbio nesse momento não favorece os negócios. Na última sexta-feira tivemos oportunidades de vender até a R$ 24,00 no Porto de Paranaguá, mas os vendedores estão bem retraídos e não querem negociar abaixo de R$ 21,00 a R$ 21,50 a saca. Com isso, a comercialização permanece travada e o pouco volume que chega ao mercado é para abastecer a indústria interna", explica o economista.

Ainda assim, Motter destaca que, no momento, a opção do produtor rural em segurar o produto é importante no curto prazo. Entretanto, se as chuvas retornarem às principais regiões produtoras, o recuo poderá resultar em mais oferta no pico da entressafra. E, mesmo com a redução expressiva na área destinada ao cereal na safra de verão, os estoques de passagem deverão ficar elevados e manter os preços pressionados, de acordo com o economista.

Para o final da safra 2014/15, a Conab projeta os estoques finais brasileiros em mais de 18 milhões de toneladas. No ciclo anterior, os estoques eram de 15.258,8 milhões de toneladas de milho. Enquanto isso, os produtores também aguardam a continuação das operações de Pepro (Prêmio Equalizador Pago ao Produtor).

A perspectiva é que uma nova operação, a quinta, seja realizada no próximo dia 23 de outubro e a expectativa é que as informações sejam divulgadas ainda essa semana. Mas, nesta segunda-feira, a companhia anunciou que irá realizar um leilão de Pepro para 90 mil toneladas de milho das safras 2013/14 e 2014 no próximo dia 17 de outubro. A medida será destinada aos produtores rurais do Estado do Tocantins.

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Tags:
Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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